A Transnístria, região separatista da Moldávia, cortou o fornecimento de calefação e de água aquecida para as casas nesta quarta-feira depois que a Rússia parou de enviar gás para a Europa central e ocidental via Ucrânia.
A interrupção no fluxo de gás foi sentida imediatamente no território majoritariamente de língua russa, com cerca de 450 mil habitantes, que se separou da Moldávia no início dos anos 1990, durante o colapso da União Soviética. A Rússia mantém cerca de 1.500 soldados na região.
"Não há aquecimento nem água quente", disse uma funcionária da empresa local de energia Tirasteploenergo à Reuters por telefone. Ela afirmou não saber por quanto tempo a situação iria durar.
O fornecimento de gás foi interrompido nas primeiras horas desta quarta-feira, após o vencimento de um acordo de trânsito de gás entre os países vizinhos em conflito, Rússia e Ucrânia.
A Rússia estava bombeando cerca de 2 bilhões de metros cúbicos de gás por ano para uma usina de energia na Transnístria, que fornecia energia para toda a Moldávia, um país com 2,5 milhões de habitantes que deseja ingressar na União Europeia e tem um histórico de disputas sobre pagamentos de gás e relações tensas com a Rússia.
A Moldávia afirma que está tomando medidas para reduzir seu consumo de energia em pelo menos um terço. O plano é atender 38% de suas necessidades por produção doméstica, incluindo 10% a partir de fontes de energia renovável, e importar os 62% restantes da vizinha Romênia.
O porta-voz do governo, Daniel Voda, afirmou nesta quarta-feira que todos os consumidores de energia da Moldávia estavam seguros e que as usinas termoelétricas do país estavam operando normalmente. Ele acrescentou que as reservas de gás da Moldávia seriam suficientes para o período de frio.
Sem fornecer detalhes, Voda disse que o governo apoiava os residentes da Transnístria e estava "buscando soluções alternativas para fornecer aquecimento e energia".
Na Transnístria, o site da empresa local de energia informou que o corte do aquecimento e da água quente entrou em vigor às 7h, horário local, mas algumas instalações, como hospitais, estavam isentas.
A empresa recomendou que os moradores se vestissem com roupas quentes, reunissem os familiares em um único cômodo, cobrisse janelas e portas de varandas com cobertores ou cortinas grossas e usasse aquecedores elétricos.
"É proibido usar fogões a gás ou elétricos para aquecer o apartamento - isso pode levar a tragédias", alertou a empresa.
A temperatura na importante cidade de Tiraspol estava em 4 graus Celsius nesta quarta-feira.