Semanas depois da Uber comunicar que sua frota será totalmente elétrica em locais como Europa, Estados Unidos e Canadá, o Reino Unido vai se antecipar. Até novembro, o primeiro ministro britânico Boris Johnson deve anunciar a proibição da venda de veículos a combustão até 2030.
A meta inicialmente previa a proibição para 2040, mas já havia sido antecipada para 2035 no início do ano. A nova aceleração deve vir como um incentivo na recuperação da economia britânica no pós-pandemia. A economia teve uma retração de 20,4%. Vale lembrar que a proibição é apenas para a venda de veículos zero-km. Modelos a combustão usados poderão continuar rodando por mais tempo.
Com a nova medida, o Reino Unido se antecipará no banimento de carros térmicos em comparação a França, que está estabelecido o prazo de 2040. Além disso vai se equiparar a Alemanha, Holanda e Irlanda que já têm políticas de proibição para 2030. A frente, apenas a Noruega, onde o prazo estabelecido é até 2025.
Proposta tem críticos
Entretanto, os críticos da proibição alegam que o país não terá infraestrutura necessária para atender a futura frota. A National Grid, empresa estatal de energia, divulgou dados sobre a possível demanda. A eletrificação do transporte rodoviário utilizaria quase um terço a mais de energia do que a demanda atual. Isso sem contabilizar os veículos de carga pesada. Hoje, o país conta com quase 2 mil postos de carga rápida, incluindo postos da Tesla de carga rápida e ultrarrápida.
Dados da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores do Reino Unido revelam que a venda de carros elétricos e híbridos superou a venda dos carros a diesel entre abril e junho desse ano. Foram 33.000 carros zero emissões ante a 29.900 modelos a diesel. O número demonstra um aumento de 157% em relação ao ano anterior, mas os veículos elétricos ainda representam 5% do mercado. Vale lembrar que o Reino Unido tem subsídios para a compra de "carros verdes".
De acordo com o jornal The Guardian, uma série de novas políticas de energia limpa serão anunciadas junto a mudança, como investimentos na indústria de hidrogênio e em pequenos reatores de energia nuclear. O motivo justificado pelo governo, é ajudar na redução das emissões de carbono nas indústrias pesadas e nas moradias. Tal plano seguirá em conjunto com um programa, sancionado em 2019, que visa tornar a economia neutra em emissão de carbono até 2050.