O governo britânico anunciou nesta quarta-feira (29) que encomendou 60 milhões de doses de mais uma vacina candidata contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Dessa vez, o acordo foi fechado com o grupo farmacêutico francês Sanofi e o britânico GlaxoSmithKline (GSK), que estão desenvolvendo uma imunização conjuntamente.
Segundo a nota oficial da GSK sobre a negociação, há ainda acordos sendo debatidos com os Estados Unidos e a Comissão Europeia - "com França e Itália no time de negociadores".
Com isso, os britânicos já garantiram 250 milhões de doses de quatro vacinas candidatas contra a Covid-19: além da encomenda anunciada hoje, são 30 milhões de unidades da desenvolvida pela norte-americana Pfizer e pela alemã BioNTech; 60 milhões com a francesa Valneva (com a possibilidade de compra de mais 40 milhões); e 100 milhões da vacina da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca.
A Sanofi e a GSK informam que a sua vacina ainda está na fase de registro e que esperam conseguir realizar as fases 1 e 2 do estudo clínico, que garantem a segurança e a eficiência da imunização, em setembro. O plano é conseguir atingir a fase 3 no fim de 2020.
"Se os resultados forem positivos, as aprovações regulatórias poderão ser atingidas no primeiro semestre de 2021. Em paralelo, Sanofi e GSK estão redimensionando a produção do antígeno e adjuvante para produzir um bilhão de doses no ano todo", diz o comunicado.
A vacina candidata das duas empresas usa uma tecnologia diferente das que estão mais avançadas nos testes, como a ChAdOx1 nCoV ou a mRNA-1273. Elas estão desenvolvendo uma vacina com adjuvante (ou adjuvantada) que, segundo nota divulgada em abril, usa "tecnologias inovadoras".
Esse tipo de vacina é comum e usa substâncias que são capazes de aumentar a resposta imune e ainda a desencadear uma resposta imune precoce.
"A Sanofi contribuirá com o antígeno Covid-19 da proteína S, que é baseado na tecnologia de DNA recombinante. Essa tecnologia produziu uma correspondência genética exata com as proteínas encontradas na superfície do vírus, e a sequência de DNA que codifica esse antígeno foi combinada no DNA da plataforma de expressão do baculovírus, a base do produto influenza recombinante licenciado pela Sanofi nos EUA", explica a empresa.
A crença na rapidez do processo está no fato de que o uso do adjuvante, que já foi utilizado no caso da gripe, "reduz a quantidade de proteína necessária por dose de vacina, o que permite que mais doses sejam produzidas e, assim, alcancem e protejam mais pessoas. Além disso, um adjuvante pode melhorar a resposta imune e criar uma imunidade mais forte e duradoura contra infecções", informa ainda a GSK. .