O governo britânico voltou a adotar restrições locais contra a Covid-19 em partes da área da grande Manchester, no norte de Inglaterra, nesta quarta-feira justamente quando elas estavam sendo suspensas, a mais recente de uma série de reversões abruptas.
O secretário da Saúde, Matt Hancock, disse que as medidas de distanciamento social continuarão em vigor nos distritos de Bolton e Trafford, ao contrário de seu anúncio de 28 de agosto sobre sua suspensão em 2 de setembro.
"Após uma mudança significativa no nível de taxas de infecção ao longo dos últimos dias, decidiu-se que Bolton e Trafford agora continuarão sujeitos às restrições existentes", disse Hancock em um comunicado.
As restrições, que vigoravam na grande Manchester desde 30 de julho, impedem os moradores de se encontrarem com outras pessoas de fora de uma bolha social rigidamente definida nos lares, seja no interior ou em jardins, entre outras coisas.
A suspensão planejada das restrições em Trafford e Bolton, que se mantêm em outros locais da área metropolitana densamente povoada, causou polêmica.
O prefeito da grande Manchester, Andy Burnham, do Partido Trabalhista, de oposição, disse na manhã desta quarta-feira que isso colocou os moradores em "uma situação impossível", pedindo-lhes que continuem seguindo as restrições apesar da alteração.
A decisão governamental original de 28 de agosto sobre a suspensão das restrições em Trafford foi tomada contra o desejo da autoridade local eleita.
Após a reviravolta súbita de Hancock nesta quarta-feira, o líder trabalhista do Conselho de Trafford, Andrew Western, disse no Twitter: "Para começar, nunca deveríamos ter sido sujeitados a esta bagunça; isso prejudicou imensamente a confiança pública nas medidas."
O governo do primeiro-ministro, Boris Johnson, foi criticado devido ao que muitos veem como sua reação confusa ao surto de coronavírus --em especial o fato de este ter adotado repetidamente medidas que havia prometido evitar.
Um exemplo recente foi o cancelamento de notas dadas a jovens que terminaram a escola sem ter feito provas, o que causou uma revolta pública.