Quase 20 mil pessoas morreram em hospitais britânicos após testes positivos para o novo coronavírus, mostraram dados nesta sexta-feira, com o Reino Unido se aproximando de um marco que nunca esperava alcançar.
Com o número de mortos aumentando, surgiram especulações de que o primeiro-ministro Boris Johnson, que passou três noites em terapia intensiva lutando contra a Covid-19 neste mês, logo voltará ao trabalho após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que ele "parecia incrível" ao telefone.
Quando Johnson voltar, ele enfrentará o dilema de como sair de um isolamento que está destruindo áreas da economia e ao mesmo tempo evitar uma segunda onda letal de infecções.
"Em geral, teremos que tomar decisões com base nas melhores orientações científicas e de saúde disponíveis, e não será um caso de escolha entre economia e saúde pública", disse o porta-voz de Johnson.
Até agora, o governo se recusou a discutir como planeja diminuir o isolamento, mas está sob crescente pressão para fazê-lo, à medida que acumulam-se evidências de desastre econômico.
Segundo analistas, a economia pode estar entrando na recessão mais profunda em mais de 300 anos, mesmo depois que o Ministério das Finanças e o Banco da Inglaterra lançaram várias medidas de estímulo de emergência.
As estatísticas mais recentes sobre infecções e mortes tornaram a leitura ainda mais sombria.
O número de mortos em hospitais em todo o Reino Unido após testes positivos para o coronavírus aumentou em 684 em um dia, para 19.506.
O Reino Unido tem o quinto pior número oficial de mortes no mundo, atrás de Estados Unidos, Itália, Espanha e França, e cientistas do governo disseram que a taxa de mortalidade só começará a diminuir rapidamente em mais algumas semanas.