O embaixador da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU), Ryiad Mansour, condenou os ataques contra Hospital Batista Al-Ahli, na Faixa de Gaza, e demandou um cessar-fogo imediato e incondicional.
Mansour estava ao lado de outros embaixadores de nações árabes na ONU durante pronunciamento nesta terça-feira, 17. "Estamos ultrajados pelo massacre realizado pelo exército israelense contra o hospital [Batista Al-Ahli,] na Faixa de Gaza, no qual 500 pessoas foram despedaçadas e massacradas. Um crime ultrajante e ilegal cometido contra o nosso povo", iniciou o embaixador palestino.
"Condenamos esse ataque e consideramos Israel responsável por esse crime. Os responsáveis devem
enfrentar responsabilizados e punidos. Nós também demandamos um cessar-fogo imediato. A continuação da guerra significaria que mais palestinos morram a cada minuto", afirmou.
Israel nega ter realizado o ataque contra o hospital e culpa o grupo Jihad Islâmica, que também nega a autoria. Mansour acusou o governo israelense de mentir sobre o bombardeio. Ele alega que o porta-voz da IDF teria confirmado o ataque, pois o local abrigaria terroristas do Hamas, em um comentário no X, antigo Twitter. Segundo o embaixador, ele tem 'cópias' do comentário, mas não as apresentou durante a coletiva realizada na sede da ONU, em Nova York
Países árabes cancelam encontro com Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, embarcou na tarde desta terça-feira, 17, para Israel. Inicialmente a sua visita incluia reuniões com os líderes da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, com opresidente do Egito Abdul Fatah Khalil Al Sisi e com o rei Abdullah II da Jordânia. Os encontros, no entanto, foram cancelados após o bombardeio que vitimou ao menos 500 pessoas no Hospital Batista Al-Ahli, na Faixa de Gaza.
Horas após o bombardeio, Biden enviou “enviou as suas mais profundas condolências pelas vidas inocentes perdidas na explosão do hospital em Gaza e desejou uma rápida recuperação aos feridos”, disse um funcionário da Casa Branca à CNBC.
Oficialmente o governo norte-americano define a viagem de Biden como um ato para 'mostrar apoio a Israel na Guerra contra o Hamas' e ao mesmo tempo propor alternativas para 'amenizar' a crise humanitária em Gaza.
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
- O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos;
- A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma 'prisão a céu aberto' por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
- Os palestinos reivindicam a criação de seu estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
- Em 7 de outubro, o Hamas realiza a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em 1.400 israelenses mortos;
- Benjamin Netanyahu declara guerra ao Hamas e fala em destruir o grupo;
- Israel intensifica o bloqueio a Faixa de Gaza cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza;
- Hamas ameaça matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
- Israel prepara uma invasão por terrestre à Gaza;
- Governo já repatriou 915 brasileiros na operação Voltando em Paz;
- Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
- 1 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2.3 milhões, sendo 47% crianças;
- Bombardeio ao hospital Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou mais de 500 de mortos; Israel acusa Jihad Islâmica do bombardeio, grupo nega;
- Brasil costura acordo para cessar-fogo e criação de corredor humanitário que será apresentado em reunião do Conselho de Segurança da ONU.