O senador republicano Rand Paul mostrou neste domingo que se opõe à ideia de usar as forças armadas para realizar deportações em massa de pessoas que vivem no país ilegalmente, depois que o presidente eleito Donald Trump sinalizou na semana passada que planeja fazer isso.
"Não se faz isso com o Exército porque é ilegal", disse Paul no programa 'Face the Nation' da emissora CBS. "Se eles enviarem o Exército para Nova York e você tiver 10.000 soldados marchando portando armas semiautomáticas, acho que é uma imagem terrível e vou me opor a isso."
Uma lei dos EUA do século XIX proíbe que tropas federais sejam usadas na aplicação da lei doméstica, exceto quando autorizadas pelo Congresso.
Paul, por vezes um político excêntrico dentro do próprio partido, observou que apoia a ideia de deportar as pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos e que têm antecedentes criminais, mas disse que as autoridades policiais estão mais bem equipadas do que os militares para desempenhar essa função e para atender à Quarta Emenda da Constituição dos EUA, que proíbe buscas e apreensões arbitrárias. Há uma "desconfiança sobre colocar o Exército em nossas ruas", disse Paul.
Perguntado se essa é uma linha a ser cruzada e se isso afetaria seu voto no Senado para confirmar a escolha de Trump para dirigir o Departamento de Segurança Interna, a governadora da Dakota do Sul Kristi Noem, Paul disse: "Não apoiarei e não votarei a favor do uso do Exército em nossas cidades".
A equipe de transição presidencial de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Trump, que construiu seu perfil político se opondo à imigração ilegal, prometeu lançar o maior esforço de deportação da história dos EUA assim que tomar posse em 20 de janeiro. Ele pareceu confirmar em uma publicação nas redes sociais em 18 de novembro que declararia emergência nacional e usaria recursos militares para seu plano de deportar um número recorde de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.