O Ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta-feira (31) que abrirá um corredor humanitário da cidade sitiada de Mariupol, em direção a Zaporizhzhia, no próximo dia 1º de abril.
De acordo com a agência de notícias Tass, Mikhail Mizintsev, diretor do Centro Nacional Russo de Gerenciamento de Defesa, explicou que o corredor é resultado de um apelo feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, ao líder russo Vladimir Putin.
O corredor humanitário será aberto às 10h (horário local) desde que Kiev confirme por escrito até às 6h da manhã o seu compromisso. Neste caso, a Defesa da Rússia disse que, a partir das 9h, russos e ucranianos poderão abrir um canal de informação para garantir a segurança das evacuações, implementando assim "um verdadeiro cessar-fogo".
A cidade portuária de Mariupol é uma das mais atingidas pelos bombardeios russos durante o período da invasão. Segundo as autoridades ucranianas, cerca de 90% dos prédios do município foram danificados ou ficaram inabitáveis.
Em comunicado no Telegram, a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, informou que o governo de Volodymyr Zelensky recebeu uma mensagem através do Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmando a prontidão russa para abrir um "corredor humanitário" de Mariupol através da cidade de Berdiansk.
"Na rota para Mariupol estamos enviando 45 ônibus", disse ela. "28 deles precisam obter uma autorização para passar pelo posto de controle russo em Vasylivka. Além disso, 17 já deixaram Zaporizhzhia. Faremos todo o possível para garantir que os ônibus cheguem a Mariupol hoje e peguem as pessoas que ainda não puderam deixar a cidade", escreveu.
Mais cedo, o governo russo chegou a acusar o Exército ucraniano de atacar os corredores de resgate durante a retirada de civis.
"Tropas e nacionalistas ucranianos interromperam a evacuação de civis de Mariupol bombardeando o corredor humanitário", alertou o Ministério da Defesa da Rússia, citado pela agência Tass.