Rússia diz que asilo a Assad é decisão 'pessoal' de Putin

Kremlin afirmou ter ficado 'surpreso' com queda do regime

9 dez 2024 - 08h14
(atualizado às 09h26)
Sírio pisa em imagem de Bashar al-Assad, após a queda do presidente
Sírio pisa em imagem de Bashar al-Assad, após a queda do presidente
Foto: REUTERS/Orhan Qereman

A decisão da Rússia de conceder asilo político ao ex-ditador da Síria Bashar al-Assad e à família dele foi tomada pessoalmente pelo presidente Vladimir Putin, que era o principal fiador do regime derrubado por rebeldes jihadistas no último fim de semana.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 9, pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Tais decisões certamente não podem ser tomadas sem o chefe de Estado. Foi uma decisão dele", disse.

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Assad e sua família fugiram para Moscou no fim de semana, pouco antes da entrada dos rebeldes na capital Damasco, no ápice de uma ofensiva relâmpago que derrubou o regime em apenas 11 dias, após mais de 13 anos de guerra.

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Ainda de acordo com Peskov, não está previsto nenhum encontro de Putin com Assad neste momento. "Aquilo que aconteceu provavelmente surpreendeu o mundo todo, e nós não somos exceção", declarou o porta-voz.

Em Moscou, a bandeira da oposição síria foi hasteada na embaixada do país árabe.

Os rebeldes são liderados pelo grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ou Organização para a Libertação do Levante, antigo braço da Al Qaeda na Síria, mas a oposição a Assad também inclui forças seculares apoiadas pela Turquia e pelos Estados Unidos, além dos curdos.

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A queda do regime que governou o país por mais de 50 anos será tema de uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, às 17h (horário de Brasília).

Enquanto isso, forças terrestres de Israel cruzaram a zona desmilitarizada na fronteira entre os dois países pela primeira vez desde outubro de 1973 - tanto o Hezbollah quanto o Irã, inimigos de Tel Aviv, apoiavam Assad.

Segundo o ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, o Exército destruiu depósitos suspeitos de abrigarem armas químicas e foguetes de longo alcance. O objetivo era evitar que tais armamentos caíssem nas mãos de grupos "hostis".   

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