Rússia publica livro escolar dizendo que foi "forçada" a marchar contra a Ucrânia

27 jan 2025 - 14h01

Um novo livro escolar que compara a guerra da Rússia na Ucrânia à luta soviética contra os nazistas e diz que a Rússia foi "forçada" a enviar tropas para a Ucrânia foi apresentado em Moscou nesta segunda-feira.

O presidente Vladimir Putin apresenta a guerra, que Moscou chama oficialmente de "Operação Militar Especial", como uma luta difícil, mas necessária, contra uma Ucrânia apoiada pelo Ocidente e pela Otan. Ele diz que isso faz parte de uma batalha existencial mais ampla contra um Ocidente decadente que tenta enfraquecer e desmembrar a Rússia.

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Por sua vez, a Ucrânia e seus aliados ocidentais dizem que a Rússia está travando uma guerra brutal e não provocada, apenas para ganhar território.

A "História Militar da Rússia", em três volumes, foi editada por Vladimir Medinsky, um assessor de Putin que chefiou uma delegação que realizou negociações de paz sem sucesso com a Ucrânia em 2022, nos primeiros meses da guerra, e que já foi coautor do principal livro didático de história da Rússia.

O terceiro volume, que deve ser descartado pela liderança da Ucrânia como propaganda, foi projetado para ser ensinado a adolescentes com 15 anos ou mais.

Ele explica por que o Kremlin acredita que a guerra começou e como ela está sendo travada, destaca o que considera incidentes de heroísmo no campo de batalha e descreve como o Exército russo moderno está, às vezes, empregando técnicas usadas pelo Exército soviético durante a Segunda Guerra Mundial.

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Em um capítulo intitulado "Profissionalismo, indomabilidade e coragem: Tropas russas na Operação Militar Especial", o livro diz aos alunos que a Rússia foi "forçada" a enviar suas tropas para a Ucrânia em 2022.

Ele diz que o Ocidente ignorou durante anos as preocupações de segurança da Rússia -- uma referência à expansão da aliança militar da Otan para o leste e ao que o livro descreveu como a derrubada, apoiada pelo Ocidente, de um presidente ucraniano favorável à Rússia em 2014, que transformou a Ucrânia em uma "agressiva cabeça de ponte antirrussa".

A Otan e a Ucrânia negam que representem uma ameaça à Rússia.

Falando em uma coletiva de imprensa da Tass para discutir o novo livro, Ivan Basik, um historiador militar afiliado ao Exército russo, disse que as ações ocidentais e ucranianas tornaram a guerra "inevitável".

"A tarefa mais importante era explicar para a geração mais jovem, para as crianças em idade escolar, a natureza forçada da operação militar especial realizada pela Federação Russa", disse ele.

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