Os deputados da Rússia aprovaram nesta sexta-feira (4), por unanimidade, um projeto de lei que modifica o Código Penal para punir a disseminação de supostas "notícias falsas" sobre as operações do Exército.
A medida faz parte da ofensiva do regime de Vladimir Putin contra a liberdade de imprensa e visa reforçar o controle do Estado sobre as informações divulgadas a respeito da invasão à Ucrânia.
De acordo com o texto, quem disseminar "mentiras" sobre as atividades do Exército ou tentar "desacreditar" as Forças Armadas poderá ser punido com até 15 anos de cadeia. A medida ainda precisa do aval da câmara alta do Parlamento, etapa que é tida como meramente protocolar.
O jornal independente Novaya Gazeta, que tem entre seus fundadores o Nobel da Paz Dmitry Muratov, eliminou parte de seu conteúdo para não ser enquadrado na nova lei.
Além disso, a censura do governo restringiu o acesso a sites de diversos veículos de mídia internacional, como a britânica BBC e a alemã Deutsche Welle, além da plataforma de dissidentes russos Meduza, que tem sede na Letônia.
Em resposta às ações de Moscou, a BBC anunciou a "suspensão temporária" das atividades de seus jornalistas e funcionários técnicos na Rússia.