Vários países começaram a emitir avisos para que seus cidadãos deixem a Ucrânia diante de uma iminente invasão russa.
O Ministério das Relações Exteriores britânico disse que todos os cidadãos do Reino Unido "devem sair agora enquanto os meios comerciais ainda estão disponíveis".
No início da noite, o Itamaraty emitiu nota afirmando que "não há recomendação de segurança contrária à permanência na Ucrânia" para brasileiros.
"A Embaixada (do Brasil em Kiev) reitera que os cidadãos brasileiros devem manter-se alertas e sempre atualizados por meio de fontes locais e internacionais confiáveis", acrescenta o texto..
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que o bloco está "unido e preparado para qualquer cenário", enquanto os EUA alertaram que a Rússia pode atacar "a qualquer momento".
A Rússia negou repetidamente qualquer plano de invadir a Ucrânia, apesar de reunir mais de 100 mil soldados perto da fronteira.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou que novas forças russas chegaram à fronteira no que ele descreveu como "sinais muito preocupantes de uma escalada".
"Estamos na janela em que uma invasão pode começar a qualquer momento, e para ser claro, isso inclui acontecer durante as Olimpíadas de Inverno [que terminam em 20 de fevereiro]", disse Blinken.
Moscou acaba de iniciar amplos exercícios militares com Belarus, e a Ucrânia acusou a Rússia de bloquear seu acesso ao mar.
O Kremlin diz que quer impor "linhas vermelhas" para garantir que os ucranianos não se juntem à Otan.
O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que as forças russas estão "em posição de poder montar uma grande ação militar a qualquer momento" e instou os cidadãos americanos na Ucrânia a "saírem o mais rápido possível".
Os comentários e o tom de urgência nas advertências são vistos como uma clara escalada no conflito.
"Obviamente, não podemos prever o futuro, não sabemos exatamente o que vai acontecer. Mas o risco é grande o suficiente e a ameaça, imediata, para que [sair] seja prudente", acrescentou Sullivan.
O presidente Biden disse que não enviaria tropas para resgatar qualquer cidadão que ficasse preso no caso de uma ação russa.
Entre outros países que pedem aos cidadãos que saiam estão Holanda, Japão e Coreia do Sul. Em seu aviso, a Letônia citou "uma séria ameaça à segurança representada pela Rússia".
Enquanto isso, esforços diplomáticos estão em andamento para neutralizar a crise atual.
O secretário de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, alertou seu correspondente russo que uma invasão russa da Ucrânia teria "consequências trágicas" para ambos os países. Mas Sergei Shogiu respondeu que as crescentes tensões militares na Europa "não são nossa culpa".
Tensão há anos
As tensões atuais ocorrem oito anos depois que a Rússia anexou a península da Crimeia, no sul da Ucrânia. Desde então, os militares da Ucrânia estão presos em uma guerra com rebeldes apoiados pela Rússia em áreas do leste perto das fronteiras da Rússia.
Moscou diz que não pode aceitar que a Ucrânia - uma ex-república soviética com profundos laços sociais e culturais com a Rússia - possa um dia se juntar à aliança de defesa ocidental Otan e exigiu que isso seja descartado.
A Rússia vem apoiando uma sangrenta rebelião armada na região de Donbass, no leste da Ucrânia, desde 2014. Cerca de 14 mil pessoas - incluindo muitos civis - morreram em combates desde então.
Há a possibilidade de que um foco renovado nos acordos de Minsk - que buscavam acabar com o conflito no leste da Ucrânia - poderia ser usado como base para neutralizar a crise atual.
Ucrânia, Rússia, França e Alemanha apoiaram os acordos nos anos de 2014 e 2015.Vários países começaram a emitir avisos para que seus cidadãos deixem a Ucrânia diante de uma iminente invasão russa.
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