Carlos Ghosn decidiu fugir do Japão depois de saber que seu julgamento foi adiado para abril de 2021, e também porque não teve permissão de falar com a esposa, disseram fontes próximas do ex-chefe da Nissan à Reuters nesta quinta-feira.
Ghosn, de 65 anos, que também comandou a Renault e é uma das figuras mais conhecidas da indústria automobilística mundial, enfrenta quatro acusações, que nega, que incluem ocultar renda e enriquecer através de pagamentos a concessionárias de automóveis do Oriente Médio.
A seguir, algumas das principais datas do caso, desde a prisão de Ghosn 14 meses atrás até sua audaciosa fuga nesta semana.
31 DE DEZEMBRO DE 2019
Ghosn disse que fugiu para o Líbano para escapar do que classificou como um sistema de Justiça "manipulado". Não ficou claro como ele, que tem cidadania francesa, libanesa e brasileira, conseguiu orquestrar a saída do Japão. Solto sob fiança, ele estava sob vigilância rígida das autoridades e havia devolvido seus passaportes.
25 DE ABRIL DE 2019
Ghosn saiu de uma prisão japonesa, solto sob fiança pela segunda vez, depois de concordar com limites nos contatos com a esposa enquanto aguardava um julgamento provocado por acusações de má conduta financeira.
4 DE ABRIL DE 2019
Procuradores japoneses prenderam Ghosn novamente devido à suspeita de que ele tentou enriquecer à custa da Nissan. Foi a quarta vez em que procuradores prenderam o antes celebrado executivo.
6 DE MARÇO DE 2019
Ghosn, que havia sido detido por mais de 100 dias, deixou uma prisão de Tóquio graças a uma fiança de 9 milhões de dólares, passando ao largo dos repórteres com o rosto encoberto. Cercado por seguranças e vestido com um uniforme de funcionário e um boné azul, Ghosn surgiu com o rosto oculto por óculos escuros e uma máscara.
8 DE JUNHO DE 2019
Ghosn se declarou inocente em sua primeira aparição pública desde sua prisão em novembro de 2018, dizendo a um tribunal de Tóquio que foi acusado equivocadamente de má conduta financeira. Ele foi levado à sala da corte algemado e com uma corda ao redor da cintura, parecendo mais magro do que antes de ser preso, e seu cabelo escuro exibia raízes brancas.
21 DE DEZEMBRO DE 2018
Procuradores japoneses prenderam Ghosn novamente devido a alegações de que ele fez a Nissan arcar com 16,6 milhões de dólares de perdas em investimentos pessoais, o que acabou com suas chances de ser solto sob fiança antes do Natal.
10 DE DEZEMBRO DE 2018
Procuradores de Tóquio indiciaram Ghosn por supostamente relatar valores menores de sua renda. Eles também voltaram a prendê-lo devido a alegações de que ele subvalorizou sua renda durante mais três anos até março de 2018.
19 DE NOVEMBRO DE 2018
A polícia japonesa prendeu Ghosn quando ele chegou a um aeroporto de Tóquio em seu jato particular, e procuradores o acusaram de relatar somente cerca de metade do valor de seu salário ao longo de um período de cinco anos que durou até março de 2015.