Amostras de sangue colhidas do líder russo de oposição Alexei Navalny confirmaram a presença de uma substância neurotóxica proibida da família Novichok, informou a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) nesta terça-feira.
A entidade disse que os biomarcadores no sangue e na urina de Navalny tinham "características estruturais similares às dos químicos tóxicos pertencentes" ao grupo Novichok.
As conclusões confirmam os resultados divulgados pela Alemanha, onde Navalny foi tratado depois de adoecer em um voo na Sibéria no dia 20 de agosto.
A Alemanha pediu à Opaq que colhesse amostras de Navalny e as testasse depois que médicos alemães concluíram que ele fora envenenado com o Novichok.
Governos ocidentais pediram a imposição de sanções contra a Rússia devido ao episódio. A Rússia nega qualquer envolvimento e disse duvidar que Navalny tenha sido envenenado.
"Não há dúvida de que o agente nervoso Novichok foi usado para envenenar Alexei Navalny", disse a delegação britânica na Opaq em sua conta no Twitter. "Qualquer uso de uma arma química proibida gera grande preocupação."
O Novichok, uma toxina nervosa da era soviética, também foi usado para envenenar um ex-espião russo na Inglaterra em 2018.
Os países-membros da Opaq concordaram no ano passado em proibir os químicos da família Novichok, medida que entrou em vigor há alguns meses.