Secretário de Justiça ampara ofensiva jurídica de Trump autorizando inquérito eleitoral

10 nov 2020 - 09h30

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prosseguirá nesta terça-feira com as contestações jurídicas do resultado da eleição presidencial da semana passada, e o secretário de Justiça dos EUA, William Barr, orientou procuradores federais a investigarem quaisquer alegações "substanciais" de irregularidades eleitorais.

Presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington
07/11/2020 REUTERS/Carlos Barria
Presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington 07/11/2020 REUTERS/Carlos Barria
Foto: Reuters

A diretiva de Barr aos procuradores levou o principal advogado do governo a cargo das investigações de fraude eleitoral a renunciar em protesto, e veio dias depois de ataques à integridade da eleição da parte de Trump e de aliados republicanos, que alegaram fraude eleitoral generalizada sem fornecer provas.

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Trump não admitiu sua derrota para o democrata Joe Biden, que no sábado conquistou mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para conquistar a Presidência dos EUA.

A equipe de campanha de Trump iniciou várias ações na Justiça argumentando que os resultados da eleição foram manipulados. Juízes já descartaram ações no Michigan e na Geórgia, e especialistas dizem que os esforços legais de Trump têm pouca chance de mudar o desfecho da eleição.

Na segunda-feira, Barr disse aos procuradores que "alegações caprichosas ou improváveis" não deveriam servir de base para uma investigação, e sua carta não indicou se o Departamento de Justiça descobriu irregularidades eleitorais que afetem o resultado da votação.

Mas ele disse que está autorizando procuradores a "analisarem alegações substanciais" de irregularidades na votação e na contagem de cédulas.

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Richard Pilger, que atuou durante anos como diretor do Setor de Crimes Eleitorais, anunciou em um email interno que estava renunciando ao cargo depois de ler "a nova diretriz e suas ramificações".

A diretriz anterior do Departamento de Justiça, concebida para evitar imiscuir o governo federal em campanhas eleitorais, desencorajava investigações explícitas "até a eleição em questão estar concluída, seus resultados certificados e todas as recontagens e disputas eleitorais concluídas".

A equipe de Biden disse que Barr está dando alento às alegações de fraude não comprovadas de Trump.

"Estas são o tipo de afirmações que o presidente e seus advogados estão fazendo sem sucesso todos os dias, enquanto suas ações na Justiça são rejeitadas aos risos de um tribunal a outro", disse Bob Bauer, um conselheiro sênior de Biden.

Na manhã de segunda-feira, a equipe de Trump apresentou uma ação para impedir que as autoridades da Pensilvânia certifiquem a vitória de Biden no Estado, onde o democrata liderava por mais de 45 mil votos.

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