Secretário de Saúde dos EUA anuncia visita a Taiwan e irrita China

5 ago 2020 - 10h17

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Alex Azar, visitará Taiwan nos próximos dias, disse seu gabinete nesta terça-feira, tornando-o a autoridade norte-americana de mais alto escalão em quatro décadas a visitar a ilha --uma medida que irritou a China, que reivindica Taiwan como sua.

Secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, na Casa Branca
15/06/2020 REUTERS/Leah Millis
Secretário de Saúde dos EUA, Alex Azar, na Casa Branca 15/06/2020 REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

A visita de Azar piorará a já desgastada relação entre Pequim e Washington, inflada por disputas em comércio, a pandemia e direitos humanos, apesar de a democrática Taiwan apreciar o gesto de apoio diante da implacável pressão chinesa.

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Durante sua visita, Azar se encontrará com o presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse o Ministério das Relações Exteriores, o que pode enfurecer ainda mais a China.

"Taiwan tem sido um modelo de transparência e cooperação em saúde durante a pandemia de Covid-19 e muito antes dela", disse Azar, em um comunicado. "Estou ansioso para passar o apoio do presidente Trump à liderança global de Taiwan na questão da saúde e sublinhar nossa confiança compartilhada de que sociedades livres e democráticas são os melhores modelos para proteger e promover a saúde."

Seu departamento, descrevendo a viagem como "histórica", disse que Azar estaria acompanhado por Mitchell Wolfe, médico-chefe do Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA, e outros membros da administração.

O ministro da Saúde de Taiwan, Chen Shih-chung, que também se reunirá com Azar, disse que estava ansioso pela visita.

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"Também reforça bastante nosso status global em saúde pública", disse Chen a repórteres. "É um grande passo à frente."

Mas a China denunciou a viagem, dizendo que se opunha a qualquer interação oficial entre EUA e Taiwan e que havia apresentado "representações severas" a Washington.

"Taiwan é o assunto mais importante e sensível nas relações entre China e EUA", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Wang Wenbin em Pequim.

Taiwan está especialmente grato pelo apoio dos EUA ao seu pedido de acesso significativo à Organização Mundial da Saúde durante a pandemia.

Taiwan não é um membro da entidade por causa das objeções da China. Pequim considera que a ilha é apenas uma das províncias chinesas. Taiwan denunciou as tentativas chinesas de bloquear seu acesso, embora Pequim diga que a ilha recebeu a ajuda que precisava.

O presidente norte-americano, Donald Trump, assinou uma nova lei, em março, exigindo mais apoio ao papel internacional de Taiwan. A China ameaçou retaliar, sem entrar em detalhes, em resposta.

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Os Estados Unidos, como muitos países, não têm relações diplomáticas formais com Taiwan, trocando Taipei por Pequim em 1979, mas são seu principal fornecedor de armas e maior apoiador no palco internacional.

Gina McCarthy, então chefe da Agência de Proteção Ambiental, foi a última autoridade governamental norte-americana a visitar Taiwan, em 2014. Sua posição é hierarquicamente inferior à de Azar.

Taiwan foi elogiado pela sua resposta à pandemia de coronavírus, mantendo o número de casos em um patamar baixo graças a medidas de prevenção eficientes tomadas cedo.

Os Estados Unidos têm mais casos de coronavírus e mortes que qualquer outro país.

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