Sem recursos, Trump diminui publicidade da campanha

Novos registros financeiros mostraram a extensão dos problemas de caixa do presidente

21 out 2020 - 14h26

O comitê da campanha de reeleição do presidente Donald Trump terminou o mês de setembro com US$ 63,1 milhões, quantidade quase três vezes inferior aos US$ 177,3 milhões disponíveis para a campanha do democrata Joe Biden.

Sem recursos, Trump diminui publicidade da campanha
Sem recursos, Trump diminui publicidade da campanha
Foto: EPA / Ansa

Registros recentes da Comissão Eleitoral Federal mostraram a extensão dos problemas de dinheiro de Trump, que são graves o suficiente para que ele desviasse sua campanha dos principais Estados e voasse para a Califórnia no domingo para uma arrecadação de fundos faltando pouco mais de duas semanas até o dia da eleição. O presidente encerrou setembro com pouco mais da metade do dinheiro que tinha no início do mês.

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Embora a campanha de Trump e seus comitês compartilhados com o Comitê Nacional Republicano tenham levantado US$ 1,5 bilhão desde o início de 2019, as divulgações desta semana mostraram que seu principal comitê de reeleição - a conta que deve pagar por muitos dos custos mais importantes da corrida, incluindo a maioria dos anúncios de televisão - tinha apenas uma pequena parcela restante.

Diante da nova realidade, a campanha de Trump tem procurado cortar custos, principalmente desde que Bill Stepien substituiu Brad Parscale como gerente de campanha, há dois meses.

Sob o comando de Parscale, a campanha investiu na construção de um enorme banco de dados de endereços de e-mail e números de telefone para alcançar apoiadores e pedir dinheiro. Mas, à medida que a eleição se aproximava, as projeções esperançosas de um grande aumento nas contribuições não se concretizaram.

A campanha de Trump tem cortado anúncios de televisão de vários locais críticos nas últimas semanas, incluindo Estados que Trump venceu e está defendendo, Estados que ele esperava ganhar com bastante conforto, como Ohio e Iowa, e Estados que ele esperava conquistar em 2020, como Minnesota e New Hampshire.

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Ao todo, a campanha de Trump e seus comitês compartilhados conseguiram US$ 251,4 milhões em outubro, em comparação com os US$ 432 milhões que a campanha de Biden e suas contas conjuntas com o Comitê Nacional Democrata tinham no banco.

As fortunas mudaram drasticamente desde o início do ano, quando Trump e os republicanos tinham quase US$ 190 milhões a mais no banco do que Biden e os democratas. Agora, entrando em outubro, Biden tinha quase o triplo de Trump.

"A campanha de Trump tem todos os recursos de que precisamos para a reta final desta eleição", disse Samantha Zager, porta-voz da campanha de Trump. "Como Hillary Clinton provou em 2016, nenhuma quantia de dinheiro pode comprar a presidência."

Falando na Pensilvânia na noite de terça-feira, Trump comentou sobre a arrecadação de fundos. "Eu poderia ser o rei de todos os arrecadadores de fundos", afirmou Trump, cuja campanha perseguiu agressivamente grandes contribuintes, dizendo que ele simplesmente não queria "ficar em dívida com eles".

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Os dois comitês conjuntos de Trump com o Partido Republicano gastaram US$ 190,8 milhões em julho, agosto e setembro para arrecadar US$ 355,2 milhões. A campanha de Biden gastou menos da metade na arrecadação de fundos de suas duas operações conjuntas com o Partido Democrata (US$ 82,4 milhões) e ainda levantou muito mais, US$ 457 milhões, durante o mesmo período.

Rufus Gifford, um dos vice-gerentes de campanha de Biden que supervisiona a arrecadação de fundos, fez uma provocação no Twitter quando a quantidade de dinheiro disponível de Trump se tornou pública. "Lembra quando Trump disse que financiaria sua própria campanha se precisasse? Bem, ele precisa".

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