Sindicatos do setor de educação da Itália contestaram neste domingo (3) a decisão do governo italiano de reabrir as escolas de ensino médio no país a partir do próximo dia 7 de janeiro.
"A reabertura em 7 de janeiro é muito arriscada. Estamos atentos aos problemas do aumento das infecções nos últimos dias. No dia 18 de janeiro, já vamos poder ter uma ideia da tendência epidemiológica e tomar uma boa decisão", disse Elvira Serafini, secretária do Snals, um dos sindicatos mais representativos da escola.
Na última quinta-feira (31), as prefeituras das cidades italianas aprovaram o acordo feito pelo governo nacional com as administrações regionais, provinciais e municipais para o retorno das aulas, mas ainda com uma redução de 50% no contingente de estudantes.
Os colégios "superiores" já estão realizando aulas 100% a distância desde o início de novembro. "Os gestores das escolas estão exaustos, continuam a fazer e refazer os horários das atividades docentes com presença de 50%. As famílias ficam confusas e os professores precisam reinventar métodos didáticos para manter as turmas", desabafou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores (CISL), Maddalena Gissi.
Para Pino Turi, secretário da União Italiana dos Trabalhadores (Uil), "é preciso voltar ao acordo de segurança de agosto e começar de novo desse ponto". "Não há políticas e decisões estratégicas que, em vez disso, sejam dominadas por uma visão míope e partidária. Dessa forma, a escola será evidentemente o jarro de barro entre as de ferro", alerta.
Os diretores estão sendo muito críticos à decisão, além de pedirem clareza sobre o acordo e rejeitarem a ideia de turnos. "Com a aproximação da data de 7 de janeiro e, portanto, do retorno dos alunos do ensino médio às escolas, estamos testemunhando inúmeras polêmicas entre regiões e governo sobre oportunidade ou não para tal recuperação. Devemos contar com as evidências científicas representadas pelo CTS e, portanto, à reabertura presencial deve acontecer apenas se não houver riscos para a segurança dos alunos e funcionários", alertou o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Públicos (Anp), Antonello Giannelli.
Para ele, "o atendimento deve ser restabelecido mas sem deslocamentos prejudiciais à organização da vida e do estudo das crianças, limitando ao máximo a extensão do escalonamento". "Um requisito fundamental é que sejam observadas medidas de segurança adequadas nos meios de transporte".
Segundo Giannelli, dentro das escolas, "as regras são respeitadas e o risco de contágio é mínimo, atestam estudos internacionais". "No entanto, há meses que pedimos que as regras sejam respeitadas mesmo fora das escolas e que seja praticada uma triagem generalizada e contínua através de testes rápidos".