O Vaticano divulgou nesta quinta-feira (27) um documento com a síntese das observações feitas por dioceses de todo o mundo em vista do Sínodo dos Bispos de 2023 e a questão dos abusos sexuais contra menores foi apontada como uma "ferida aberta".
"Um obstáculo de particular relevância na via para caminhar juntos é representado pelo escândalo dos abusos cometidos por membros do clero ou por pessoas com cargos eclesiais: em primeiro lugar e sobretudo os abusos contra os menores e pessoas vulneráveis, mas também aqueles de outros gêneros (espirituais, sexuais, econômicos, de autoridade e de consciência)", diz o documento.
O relatório ressalta que a pedofilia "é uma ferida aberta, que continua a infligir dores às vítimas e aos sobreviventes, às suas famílias e às comunidades".
"Uma atenta e dolorosa reflexão sobre o legado dos abusos levou muitos grupos sinodais a pedir uma mudança cultural da Igreja, em vista de uma maior transparência, responsabilidade e corresponsabilidade", acrescenta.
Pela primeira vez na história, por decisão do papa Francisco, a Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos contará com análises e sugestões dos fiéis das igrejas católicas de todo o mundo - não apenas da parte religiosa da instituição.
Desde o ano passado, as dioceses fazem debates com as igrejas locais sobre os principais pontos de melhora ou de boas ações realizadas e enviam relatórios para as conferências nacionais de bispos, que os repassam para a Secretaria Geral do Sínodo no Vaticano.
O documento final será apresentado durante o evento religioso, em outubro de 2023. .