Martin Greenfield, sobrevivente do Holocausto que se tornou alfaiate de presidentes e estrelas dos EUA, morreu na última quarta-feira, 20, aos 95 anos. Nascido em 1928, Greenfield era filho de uma família judia abastada em uma cidade da então Tchecoslováquia.
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A história do famoso alfaiate teve início após um erro, que colocou a sua vida em risco. Após ser capturado por nazistas e levado para um campo de concentração em Auschwitz, Martin passou a trabalhar na lavanderia do local e por causa de um acidente descobriu o dom da costura.
Segundo o The New York Times, depois de rasgar acidentalmente a gola da camisa de um guarda, Greenfield foi espancado e, como forma de punição pelo estrago, foi obrigando a costurar a camisa com as próprias mãos.
Desesperado e temendo pela sua vida, Greenfield procurou ajuda de outro prisioneiro que o ensinou a costurar. Após consertar a camisa, ele a vestiu por cima do uniforme listrado de prisioneiro e, a partir daquele dia, percebeu o poder que a costura tinha em sua vida.
"O dia em que vesti aquela camisa pela primeira vez foi o dia em que aprendi que as roupas possuem poder", escreveu Greenfield em suas memórias em 2014. "As roupas não apenas 'fazem o homem', elas podem salvá-lo. Eles fizeram por mim", completou.
Libertação de Martin Greenfield
Martin foi libertado em Buchenwald pelo Exército dos EUA em abril de 1945, onde apertou a mão de um futuro cliente: Eisenhower, que era o comandante aliado. Após uma busca de dois anos por familiares na Europa sem sucesso, Greenfield, então com 19 anos, se mudou para os Estados Unidos em 1947.
Carreira na costura
Por recomendação de um colega imigrante checo, Greenfield conseguiu seu primeiro emprego em uma fábrica de roupas e, em 1977, passou a assumir a empresa e a renomeou como Martin Greenfield Clothiers.
Após esse período, o alfaiate passou a vestir clientes como Bush, Clinton e Obama, além de Frank Sinatra, Paul Newman, Leonardo DiCaprio, Martin Scorsese, Michael Jackson, Kobe Bryant e até o mafioso Meyer Lansky.
Em seu obituário, o jornal The New York Times considerou que "os sofrimentos e triunfos de Greenfield foram um exemplo da lenda clássica da imigração bem-sucedida para os Estados Unidos".