Steve Bannon, o controverso ex-estrategista-chefe de Donald Trump e guru de políticos de extrema direita, foi preso nesta quinta-feira (20), após ter sido denunciado por fraude.
Segundo a acusação, Bannon participou de um esquema que arrecadou mais de US$ 25 milhões para construir um muro na fronteira entre Estados Unidos e México, obra que nunca saiu do papel.
Outras três pessoas também foram denunciadas: Andrew Badolato, Brian Kolfage e Timothy Shea. De acordo com os investigadores, Bannon e seus comparsas fraudaram centenas de milhares de doadores por meio da campanha "We Build the Wall" ("Nós vamos construir o muro", em tradução livre).
"Eles fraudaram centenas de milhares de financiadores capitalizando o interesse deles em financiar a construção do muro na fronteira e com o falso pretexto de que os recursos seriam gastos na obra", diz a procuradora Audrey Strauss, do Distrito do Sul de Nova York, em comunicado.
"Eles não apenas mentiram aos financiadores, mas também os fraudaram escondendo o uso real dos fundos, muitos dos quais serviram para financiar seu estilo de vida", acrescenta a nota. Bannon foi o arquiteto da vitoriosa campanha de Trump em 2016, mas rompeu com o magnata menos de um ano após sua chegada à Casa Branca.
Após se afastar do presidente, Bannon fortaleceu laços com a extrema direita europeia, como o italiano Matteo Salvini e a francesa Marine Le Pen, e se aproximou da família Bolsonaro. Ele também tem conexões na ala ultraconservadora da Igreja Católica americana, que faz oposição ao papa Francisco.