Suécia rejeita pedido de Trump para libertar rapper

Primeiro-ministro diz que Justiça do país é independente

26 jul 2019 - 09h28
(atualizado às 09h51)

A Suécia repudiou nesta sexta-feira um acesso de raiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causado pelo fato de procuradores suecos acusarem o rapper A$AP Rocky de agressão, dizendo que o sistema judiciário do país é independente da interferência política.

Conhecido pela canção "Praise the Lord", o músico, produtor e modelo, de 30 anos, cujo nome verdadeiro é Rakim Mayers, foi detido cerca de três semanas atrás após uma briga com dois homens em uma rua de Estocolmo no dia 30 de junho. A$AP Rocky, que foi formalmente acusado na quinta-feira, irá a julgamento na semana que vem.

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Rapper norte-americano A$AP Rocky durante apresentação em Los Angeles
Rapper norte-americano A$AP Rocky durante apresentação em Los Angeles
Foto: Mario Anzuoni / Reuters

Trump, que na semana passada pediu ao primeiro-ministro sueco, Stefan Lofven, para libertar A$AP Rocky, disparou tuítes na quinta-feira se dizendo "muito decepcionado" com Lofven e exigindo: "Trate norte-americanos justamente!".

Trump acrescentou: "Fazemos tanto pela Suécia, mas não parece funcionar no sentido contrário. A Suécia deveria se concentrar em seu problema com crimes verdadeiros! #LibertemRocky".

Mayers disse que é inocente e que os homens o provocaram, assim como seus dois companheiros, que também foram acusados de agressão. Se condenados, eles podem passar até 2 anos na prisão.

Um porta-voz do governo sueco disse nesta sexta-feira que o governo não se envolverá no caso.

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"A Suécia e o primeiro-ministro Stefan Lofven foram muito claros no diálogo tanto com a Casa Branca quanto diretamente com o presidente americano (ao dizer) que na Suécia todos são iguais perante a lei e que o governo não pode interferir com procedimentos legais", disse o porta-voz em uma mensagem de texto.

O ex-premiê Carl Bildt disse ao jornal Aftonbladet que Lofven está certo de não fazer mais comentários sobre o caso.

"Acho que está certo o governo não entrar em uma competição de luta na lama com Trump. Este é o seu elemento, e não deveria ser o da Suécia", disse Bildt.

Mayers, também conhecido pelo pseudônimo Lord Flacko, estava em Estocolmo para se apresentar no festival de hip-hop Smash. Sua prisão o obrigou a cancelar uma dúzia de shows de sua turnê europeia.

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