Suprema Corte da Itália manda sequestrar contas da Liga

Fundador do partido é acusado de fraude de 56 milhões de euros

3 jul 2018 - 14h57
(atualizado às 15h09)

A Corte de Cassação, instância máxima da Justiça da Itália, determinou a apreensão de todas as contas do partido ultranacionalista Liga, do ministro do Interior Matteo Salvini, por causa de uma fraude ao Estado.

Umberto Bossi, fundador da Liga
Umberto Bossi, fundador da Liga
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Segundo o tribunal, devem ser sequestrados contas e depósitos bancários "onde quer que eles sejam encontrados", até alcançar a quantia de 49 milhões de euros. A decisão foi tomada em abril passado, mas o acórdão só foi divulgado pela Corte de Cassação nesta terça-feira (3).

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Em julho de 2017, o fundador da Liga e hoje senador, Umberto Bossi, e o ex-tesoureiro do partido Francesco Belsito foram condenados em primeiro grau, respectivamente, a dois anos e meio e quatro anos e 10 meses de cadeia.

Segundo o Ministério Público de Gênova, entre 2008 e 2010, Bossi e Belsito promoveram uma fraude de 56 milhões de euros por meio de um esquema de reembolsos falsos no Parlamento. O dinheiro teria sido usado sobretudo para pagar despesas pessoais da família Bossi.

"Estamos chocados por saber pelas agências, ainda antes da Cassação, as motivações da sentença sobre o sequestro de 48 milhões de euros em reembolsos eleitorais. Talvez a eficácia das ações do governo da Liga incomodem alguns, mas não vão nos parar assim", afirmou o deputado e administrador do partido, Giulio Centemero.

A Liga se aliou ao antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) para governar a Itália, e seu líder, Matteo Salvini, também ministro do Interior e vice-premier, vem se transformando na principal figura do gabinete de Giuseppe Conte.

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