Tailândia tem janela de quatro dias para salvar meninos

Previsão é de chuvas torrenciais no norte tailandês, o que ameaça deixar meninos isolados até janeiro em caverna

7 jul 2018 - 06h24
(atualizado às 10h35)

Três ou quatro dias: é dentro desta curta janela temporal que as autoridades tailandesas acreditam que terão que resgatar os 12 meninos e seu treinador de futebol do fundo de uma caverna no norte do país.

A previsão é de chuva intensa nos próximos dias e, no início da semana, de uma precipitação torrencial. O cenário, temem os resgatistas, poderia deixar o grupo isolado pelo menos até janeiro.

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"Os próximos três ou quatro dias, a partir deste sábado (07/07), serão o momento mais favorável para a operação de resgate", disse Narongsak Osatanakorn, governador da província de Chiang Rai. "Se esperamos demais, não sabemos quanta água vai cair."

Imagem da Marinha da Tailândia mostra galeria alagada
Imagem da Marinha da Tailândia mostra galeria alagada
Foto: Thai Navy Seal/Handout / via Reuters

Mergulhadores profissionais levam cerca de 11 horas para ir e voltar do ponto onde o grupo está preso, num caminho estreito e com baixa visibilidade que impõe dificuldades até mesmo aos mais experientes.

São mais de 2 km da entrada da caverna aos garotos, e em alguns pontos a passagem tem menos de um metro de diâmetro. A morte de um mergulhador profissional na última sexta-feira ilustra as dificuldades do trajeto.

Saman Kunan, de 38 anos, ex-membro da equipe de elite da Marinha tailandesa, morreu enquanto instalava tubos de oxigênio em uma potencial rota de saída através da caverna inundada.

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Após deixar o local onde trabalhava com um colega, o veterano mergulhador perdeu a consciência quando ambos estavam a 1,5 quilômetro da entrada da caverna.

"O grande problema agora é a habilidade das crianças em mergulhar. Eles não estão aptos. Não podem mergulhar neste momento", afirmou o governador.

Dois fatores vão determinar quando a operação de resgate será iniciada. O primeiro é a qualidade do oxigênio na câmara onde os meninos buscaram refúgio. No momento, ela está em 15% - abaixo do nível mínimo de 21% considerado saudável.

"Se baixar para menos de 12%, começará a afetar o cérebro das pessoas lá dentro", disse o governador. "Elas podem entrar em choque."

Outro perigo é a cada vez maior concentração de dióxido de carbono dentro da caverna, exalado pelas centenas de socorristas que já estiveram lá dentro.

O segundo fator decisivo para o resgate será o nível da água na caverna. Neste sábado, pela primeira vez, as autoridades admitiram que a câmara onde os meninos estão abrigados pode não ser imune a inundações.

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"A situação perfeita seria sem água alguma, zero, mas isso impossível de acontecer até dezembro ou janeiro", disse.

Além do mergulho, outras hipóteses consideradas seriam a de perfurar uma passagem pela parte superior da caverna, retirando os meninos com ajuda de helicópteros, ou aguardar até que as águas retrocedam ao final da estação de chuvas na região, o que pode levar meses.

Os meninos, com idade entre 11 e 16 anos, ficaram presos na caverna no último dia 23 de junho, durante uma excursão ao local guiada por seu técnico de futebol, de 25 anos. Eles foram encontrados na última segunda-feira após dias de intensas buscas na qual participaram mais de 1.300 pessoas.

Visivelmente magros, mas em bom estado de ânimo e de saúde, os garotos estão sendo atendidos na caverna por militares, entre eles um médico e um psicólogo.

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