O grupo fundamentalista islâmico Talibã confirmou nesta terça-feira (17) anistia geral para todos os funcionários públicos que trabalhavam na gestão do agora ex-presidente Ashraf Ghani, que fugiu para o exterior antes da tomada de Cabul.
Por meio de um comunicado, o Talibã insta os servidores a voltarem ao trabalho. "Uma anistia geral foi declarada, então vocês devem retomar sua rotina com plena confiança", diz o aviso.
Após ter reassumido o controle do Afeganistão em uma ofensiva que durou poucas semanas e quase não enfrentou resistência, o grupo fundamentalista tenta imprimir um ar de normalidade ao país enquanto consolida o poder.
Nas ruas da capital Cabul, moradores ainda cautelosos começam a se aventurar nas ruas, mas mulheres em público se tornaram raras - se não por ordem direta, ao menos por autopreservação.
O Talibã já governou o Afeganistão de 1996 a 2001, período em que escolas mistas eram proibidas e as mulheres sequer tinham permissão para sair de casa sem a companhia de um parente homem.
Oficialmente, essas medidas ainda não foram restabelecidas, mas as pessoas preferem não arriscar. "O Talibã está patrulhando a cidade em pequenos comboios. Eles não assediam as pessoas, mas todo mundo está com medo", disse um afegão à agência AFP.
Tentando vender uma imagem de moderação, o grupo vem prometendo "respeitar os direitos das mulheres" e permitir seu acesso à educação, mas essa postura ainda é vista com ceticismo no mundo.