O Taliban negou nesta quarta-feira ter alvejado e matado civis durante uma ofensiva contra tropas do governo afegão, e pediu uma investigação independente, buscando assegurar aos afegãos que "nenhum lar ou família enfrentará qualquer ameaça do nosso lado".
Os militantes islâmicos emitiram um comunicado depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que mais de 1.000 civis foram mortos no mês passado e que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que, desde 1º de agosto, 4.042 civis feridos foram tratados em 15 unidades de saúde.
Os combatentes do Taliban intensificaram sua campanha para derrotar o governo apoiado pelos Estados Unidos desde abril, quando as forças estrangeiras começaram a se retirar após 20 anos de guerra. O grupo conquistou oito capitais de províncias na última semana, ampliando temores de um retorno ao poder do grupo linha-dura.
O porta-voz do Taliban, Suhail Shaheen, disse em um comunicado que o grupo "não alvejou nenhum civil ou suas casas em qualquer localidade, e que, em vez disso, as operações foram realizadas com grande precisão e cautela". Ele culpou as tropas do governo afegão e as forças estrangeiras pelas mortes de civis.
Os Estados Unidos refutaram a afirmação do Taliban.
"Existem, em todos os lugares que você olha, pontos de dados convincentes, evidências, imagens da violência, o derramamento de sangue, as atrocidades em potencial que o Taliban está cometendo", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price.
O Taliban propôs que uma equipe formada pelas Nações Unidas, Cruz Vermelha e outros grupos de ajuda acompanhassem seus representantes "para conduzir uma investigação imparcial e independente sobre os últimos eventos".