Um policial foi morto e outros dois ficaram feridos em um tiroteio em Paris.
A troca de tiros ocorreu na Champs-Élysées, uma famosa avenida parisiense, que foi fechada pelas autoridades depois da ocorrência.
Segundos relatos, o autor dos disparos teria sido morto por policiais no confronto. Ele ainda não foi identificado.
O tiroteio ocorre às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais francesas. Quando o indicente ocorreu, os candidatos faziam suas considerações finais em um debate na TV, o último antes da votação do domingo.
O presidente Francois Hollande disse estar convencido de que o ataque foi "associado ao terrorismo".
O chamado Estado Islâmico (IS) reivindicou a autoria do ataque, dizendo que um de seus "combatentes" o realizou.
Após conversas emergenciais com o primeiro-ministro, Bernard Cazeneuve, e o ministro do Interior, Bruno Le Roux, o presidente francês disse que as forças de segurança tinham todo o apoio do país e que um tributo nacional seria feito para homenagear o policial morto.
Hollande afirmou que iria reunir seu gabinete de segurança na manhã de sexta-feira.
A militância islâmica é uma questão importante nas eleições francesas deste ano, após 238 pessoas terem sido mortas em ataques jihadistas na França desde 2015, de acordo com dados da agência de notícias AFP.
'Alvo deliberado'
Segundo Pierre-Henry Brandet, porta-voz do Ministério do Interior, um carro parou ao lado de um ônibus da polícia pouco antes das 21h (16h em Brasília).
Um homem teria saído do veículo abrindo fogo contra o ônibus e dando início ao tiroteio, acrescentou Brandet. Após matar um policial, ele teria tentado fugir enquanto atirava contra outros agentes - dois deles acabaram feridos.
O suspeito acabou morto pelas forças policiais.
Para o porta-voz, essa sequência de acontecimentos indica tratar-se de um ataque deliberado contra os agentes.
Segundo a rede francesa BFMTV, fontes afirmaram que o atirador era conhecido dos serviços de segurança, e falou sobre sua vontade de matar policiais no serviço de mensagens instantâneas Telegram, semelhante ao WhatsApp.
O promotor de Paris Francois Molins disse que "a identidade do responsável pelo ataque é conhecida e foi verificada".
"Não vou revelá-la, porque as investigações e as incursões já estão em andamento, em particular para determinar se há alguma evidência ou não de cumplicidade (neste ataque)".
Enquanto isso, o Estado Islâmico identificou o homem como Abu-Yusuf al-Baljiki, em um comunicado divulgado por sua fonte de notícias Amaq.
Reação dos candidatos
Os candidatos às eleições presidenciais de domingo reagiram ao ataque.
Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional, tuítou: "eu sinto por elas e apoio nossas forças de segurança, que foram alvejadas novamente".
François Fillon, de centro-direita, foi ao Twitter para prestar "homenagem às forças de segurança que dão suas vidas para proteger a nossa".
Le Pen e Fillon anunciaram mais tarde que cancelariam os eventos de campanha programados para sexta-feira, o último dia de sondagem antes da votação.
O centrista independente Emmanuel Macron disse durante sua aparição na TV que "proteger era o primeiro dever" de um presidente e expressou sua "solidariedade" com a polícia.
Jean-Luc Mélenchon, da extrema esquerda, tuítou: "sinto fortemente pelos policiais mortos e feridos e suas famílias. Os ataques terroristas nunca ficarão impunes, cúmplices nunca serão esquecidos".
Na Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que as pessoas tinham que ser fortes e vigilantes.
"Os pêsames do nosso país para o povo da França", disse Trump. "Parece outro ataque terrorista e ... o que você pode dizer, isso nunca acaba."