Tribunal do Texas permite execução de homem condenado pela morte da filha com ‘síndrome do bebê sacudido’

A execução havia sido suspensa após um grupo criar um movimento apontando falhas em evidências sobre o crime

16 nov 2024 - 08h23
(atualizado às 08h52)
Robert Roberson, fotografado em 19 de dezembro de 2023 em Livingston, no Texas para o 'The Innocence Project'
Robert Roberson, fotografado em 19 de dezembro de 2023 em Livingston, no Texas para o 'The Innocence Project'
Foto: Divulgação/Ilana Panich-Linsman/The Innocence Project

Robert Roberson, de 57 anos, pode ter uma nova data definida para sua execução por injeção letal, segundo a Suprema Corte do Texas disse nesta sexta-feira, 15. Ele foi condenado por assassinar a própria filha, ainda pequena, com base em evidências de "síndrome do bebê sacudido". A Justiça argumenta que um comitê legislativo excedeu sua autoridade ao tentar atrasar a sentença.

Segundo informações da agência internacional de notícias Reuters, o tribunal concedeu uma suspensão temporária em outubro, interrompendo a execução para que pudesse considerar o pedido dos legisladores na comissão. Mas essa suspensão foi anulada nesta sexta-feira, o que significa que a execução pode prosseguir.

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Em outubro, Robert Roberson estava prestes a se tornar a primeira pessoa nos EUA a ser executada por um assassinato atribuído a traumatismo craniano interno causado por sacudida violenta. Ele foi condenado por matar sua filha de dois anos, Nikki, em 2002.

Um grupo que reunia autoridades e ativistas argumenta que a prisão e condenação à execução foram injustas, uma vez que evidências em laudos de perícia mostram que a filha de Roberson teria morrido por pneumonia, doença que causa lesões semelhantes à síndrome do bebê sacudido.

O grupo bipartidário entrou com uma petição bem sucedida no tribunal superior, e conseguiu adiar a data da injeção letal, na tentativa de inocentar o homem.

Em 2002, Robert Roberson levou a filha, Nikki, de 2 anos, ao hospital. E disse que, ao acordar, viu que a bebê estava inconsciente e com os lábios azulados. E que ela tinha caído da cama enquanto dormia. Os médicos, porém, avisaram a polícia sobre sintomas de maus-tratos.
Foto: Divulgação Criminal Justice Reform Caucus / Flipar

O caso foi revisado pelos legisladores, enquanto debatiam se o estatuto do Texas deveria ser fortalecido. Ele aborda condenações vinculadas à chamada ciência de má qualidade, ou ciência-lixo. Embora geralmente ainda seja aceita na comunidade pediátrica, a teoria de que sacudidas em bebês podem causar lesões cerebrais fatais, especialmente aquelas que não mostram outros sinais de ferimentos, tem sido bastante questionada.

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"Priorizar categoricamente uma intimação legislativa em vez de uma execução programada, em outras palavras, se tornaria uma ferramenta legal potente que poderia ser usada não apenas para obter o testemunho necessário, mas para impedir uma execução", disse a Suprema Corte do Texas em sua decisão nesta sexta-feira.

O tribunal também argumentou que os deputados estaduais ainda podem entrevistar Roberson, desde que o testemunho não interfira em uma nova data para a execução do réu.

O pai alega inocência, dizendo que a filha caiu da cama e parou de respirar. Isso teria acontecido dias depois de um médico diagnosticá-la com uma infecção viral, segundo ele.

A advogada dele, Gretchen Sween, não deu entrevistas, mas declarou que "a morte de Nikki foi uma tragédia, não um crime; Robert é inocente".” Dada a nova e esmagadora evidência de inocência, pedimos ao Estado do Texas que se abstenha de marcar uma nova data de execução", disse ela à mídia. *Com informações da Reuters

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Fonte: Redação Terra
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