Tribunal espanhol determina que herdeiros do ditador Franco transfiram palácio ao Estado

2 set 2020 - 13h13

Um tribunal espanhol retirou o palácio de verão das mãos dos herdeiros do general Francisco Franco e ordenou que o local seja transferido para o Estado espanhol, que reivindicou a propriedade como parte de um movimento para apagar o legado da ditadura.

Vice-primeira-ministra da Espanha, Carmen Calvo
14/01/2020
REUTERS/Jon Nazca
Vice-primeira-ministra da Espanha, Carmen Calvo 14/01/2020 REUTERS/Jon Nazca
Foto: Reuters

Construído entre 1893 e 1907, o palácio Pazo de Meirás, na região da Galícia, foi adquirido em 1938, durante a guerra civil, a partir de doações públicas.

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A juíza Marta Canales disse em sua decisão na quarta-feira que as doações não foram destinadas a Franco, "mas ao chefe de Estado".

Uma aquisição subsequente por Franco em 1941, quando a propriedade foi transferida para o ditador, foi fraudulenta, acrescentou ela.

"Franco não paga nada... Franco não compra nada", disse ela.

A reclamação sobre a propriedade, que foi avaliada em mais de 5 milhões de euros pela família no ano passado, ocorreu após a remoção dos restos mortais de Franco de um enorme mausoléu perto de Madri e outras iniciativas para retirar símbolos da ditadura aprovadas por vários governos de esquerda desde a morte de Franco em 1975.

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A família ainda pode recorrer da decisão. Um dos netos do ditador, Francis Franco, não respondeu ao pedido de comentário. O advogado dele não estava imediatamente disponível.

A vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, saudou a decisão. "Hoje a democracia deu um grande passo", afirmou ela.

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