Trump acabará com ações de diversidade nas forças armadas e reintegrará tropas sem vacina, diz secretário

27 jan 2025 - 13h38

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinará em breve decretos removendo iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) das forças armadas e reintegrando milhares de soldados que foram expulsos por recusarem vacinas contra a Covid durante a pandemia, disse nesta segunda-feira o secretário de Defesa, Pete Hegseth.

Hegseth, que conseguiu por pouco os votos suficientes para se tornar secretário de Defesa, também voltou a usar nomes de generais confederados para nomear duas bases.

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Durante seus primeiros comentários aos repórteres ao entrar no Pentágono, ele prometeu trazer grandes mudanças e fez da eliminação da DEI das forças armadas uma prioridade máxima.

"Há mais decretos chegando", disse Hegseth aos repórteres ao chegar ao Pentágono para seu primeiro dia completo de trabalho.

A Força Aérea disse no domingo que retomará a instrução de estagiários usando um vídeo sobre os primeiros aviadores negros nas forças armadas dos EUA, conhecidos como Tuskegee Airmen, que passou por uma revisão para garantir a conformidade com a proibição de Trump sobre iniciativas de diversidade, equidade e inclusão.

Hegseth foi calorosamente recebido nos degraus do Pentágono pelo principal oficial militar dos EUA, o general da Força Aérea CQ Brown, a quem o novo secretário criticou em seu último livro. Questionado se ele poderia demitir Brown, Hegseth brincou que estava bem ao lado dele.

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"Estou com ele agora. Estou ansioso para trabalhar com ele", afirmou, enquanto dava um tapinha nas costas de Brown.

A Reuters já havia relatado sobre a possibilidade de demissões em massa entre altos escalões, algo que Hegseth se recusou repetidamente a descartar durante seu processo de confirmação.

A nomeação de Hegseth foi controversa, já que o cargo mais alto das Forças Armadas historicamente foi ocupado por candidatos com vasta experiência na gestão de grandes organizações e que contam com amplo apoio de republicanos e democratas.

FOCO INTERNO

Hegseth se referiu ao Forte Moore e ao Forte Liberty pelos seus nomes anteriores -- Forte Benning e Forte Bragg -- ao falar com repórteres.

Os nomes haviam sido alterados pelo ex-presidente Joe Biden como parte de um esforço para renomear bases com nomes de oficiais confederados.

"Estou pensando nos rapazes e moças de Guam, na Alemanha, em Fort Benning e Fort Bragg", disse.

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Grande parte do foco de Hegseth no Pentágono pode se voltar para o interior das forças armadas -- desde trazer de volta tropas dispensadas por recusar vacinas contra a Covid até proibir novamente indivíduos transgêneros de servir.

"Nosso trabalho é letalidade, prontidão e combate, e vamos responsabilizar as pessoas", disse Hegseth.

Durante seu primeiro mandato, Trump anunciou que proibiria tropas transgênero de servir ao exército. Ele não cumpriu totalmente a promessa: sua administração congelou o recrutamento, mas permitiu que o pessoal em serviço permanecesse.

Biden anulou a decisão quando assumiu o cargo, em 2021.

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