Trump aceita convite de Kim Jong-un para reunião

Encontro entre os líderes deve ocorrer em maio deste ano

8 mar 2018 - 22h15
(atualizado às 22h50)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceitou um convite do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para uma reunião sobre a "desnuclearização" da Península Coreana.

Trump aceita convite de Kim Jong-un para reunião
Trump aceita convite de Kim Jong-un para reunião
Foto: EPA / Ansa - Brasil

O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (8) - sexta-feira no horário de Seul -, pelo conselheiro para Segurança Nacional da Coreia do Sul, Chung Eui-yong, que, no início da semana, chefiara uma missão diplomática em Pyongyang e se reunira pessoalmente com Kim.

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Se confirmada, essa será a primeira reunião na história entre um presidente dos Estados Unidos no exercício do cargo e um líder norte-coreano - Bill Clinton chegou a se encontrar com o pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il, em 2009, quando já havia deixado o poder.

Em breve pronunciamento à imprensa, Chung disse que o líder norte-coreano propôs se reunir com Trump "o mais rápido possível", além de ter prometido uma moratória em suas atividades nucleares e balísticas. "O presidente Trump disse que se encontraria com Kim Jong-un em maio, para obter a desnuclearização permanente [da Península]", acrescentou o conselheiro.

Ele não detalhou onde acontecerá a reunião nem se ela será bilateral ou envolverá também o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, mas a notícia representa um ponto de virada significativo após um ano de ofensas e ameaças de destruição mútua entre Washington e Pyongyang.

Ao longo de 2017, a Coreia do Norte avançou como nunca em seu programa militar e testou, com sucesso, mísseis intercontinentais capazes de atingir o território dos Estados Unidos, além de ter realizado a detonação nuclear mais potente de sua história, supostamente com uma bomba de hidrogênio.

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Em resposta, Trump patrocinou uma série de sanções econômicas das Nações Unidas contra a Coreia do Norte, que podem ter abalado ainda mais uma economia já fragilizada. Além disso, se envolveu em uma batalha retórica com Kim, chamando o norte-coreano de "pequeno homem foguete" e ameaçando atacar o país asiático com "fogo e fúria nunca antes vistos".

Por sua vez, o líder da Coreia do Norte prometera bombardear Guam, território ultramarino dos EUA no Oceano Pacífico, levantando ventos de guerra na região. Recorrentes exercícios militares e o envio de submarinos nucleares dos Estados Unidos também aumentaram os temores sobre um conflito iminente.

Diálogo

O clima de tensão na Península Coreana só arrefeceu no início de 2018, quando Kim desejou boa sorte para o Sul na realização dos Jogos de Inverno de PyeongChang, entre 9 e 25 de fevereiro. A declaração abriu as portas para a reaproximação entre Seul e Pyongyang, que culminou na participação de atletas do Norte nas Olimpíadas.

Na última segunda-feira (5), Kim recebeu uma delegação enviada por Seul pela primeira vez desde sua ascensão ao poder, em 2011. A reabertura do diálogo chega no momento em que a Coreia do Norte já atingiu um estágio avançado em seu programa armamentista - uma forma de garantir a manutenção do regime -, mas também em meio às sanções da ONU, aprovadas inclusive com o apoio da China, principal parceira comercial de Pyongyang.

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Em seu pronunciamento nesta quinta, Chung Eui-yong agradeceu a Trump por sua "liderança" e por sua política de "pressão máxima" que, junto com a "solidariedade internacional", propiciaram essa conjuntura.

Veja a declaração completa do conselheiro para Segurança Nacional de Seul:

Boa noite. Hoje eu tive o privilégio de falar com o presidente Trump sobre minha recente visita a Pyongyang, Coreia do Norte. Eu gostaria de agradecer ao presidente Trump, ao vice-presidente [Mike Pence] e a sua incrível equipe de segurança nacional, incluindo meu amigo general McMaster [conselheiro para Segurança Nacional da Casa Branca]. Eu expliquei ao presidente Trump que sua liderança e sua política de máxima pressão, junto com a solidariedade internacional, nos trouxeram a essa conjuntura.

Expressei a gratidão pessoal do presidente Moon Jae-in pela liderança do presidente Trump. Eu falei ao presidente Trump que, em nosso encontro, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse que está comprometido com a desnuclearização. Ele alegou que a Coreia do Norte vai se abster de qualquer teste nuclear ou balístico. Ele entende que a rotina de exercícios militares conjuntos entre a República da Coreia e os Estados Unidos deve continuar. E ele expressou seu desejo de encontrar o presidente Trump o mais rápido possível.

O presidente Trump apreciou o briefing e disse que se encontraria com Kim Jong-un em maio, para alcançar uma desnuclearização permanente. A República da Coreia, junto com Estados Unidos, Japão e nossos muitos parceiros ao redor do mundo, permanece resoluta e totalmente comprometida com a completa desnuclearização da Península da Coreia. Junto com o presidente Trump, estamos otimistas com um contínuo processo diplomático para testar a possibilidade de uma resolução pacífica.

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A República da Coreia, os Estados Unidos e nossos parceiros estão juntos ao insistir que não se repita os erros do passado e que a pressão vai continuar, até que a Coreia do Norte transforme suas palavras em ações concretas. Obrigado.

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