Trump acusa Irã de ter "sede de sangue" em discurso na ONU, mas fala em caminho para paz

24 set 2019 - 14h25
(atualizado às 14h28)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, denunciou nesta terça-feira a "sede de sangue" do Irã e pediu que outras nações se juntem aos EUA para pressionar o regime iraniano após ataques a instalações petrolíferas sauditas atribuídos a Teerã, mas disse existir um caminho para a paz.

Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa na Assembleia Geral da ONU
24/09/2019
REUTERS/Lucas Jackson
Presidente dos EUA, Donald Trump, discursa na Assembleia Geral da ONU 24/09/2019 REUTERS/Lucas Jackson
Foto: Reuters

"Queremos parceiros, não adversários", disse Trump em discurso diante de líderes mundiais na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Os ataques de 14 de setembro na Arábia Saudita abalaram o Oriente Médio e causaram o receio de uma guerra mais abrangente. Trump mostrou comedimento na crise, evitando uma retaliação militar -- ao menos por ora.

"Todas as nações têm o dever de agir. Nenhum governo responsável deveria subsidiar o apetite por sangue do Irã. Enquanto o comportamento ameaçador do Irã continuar, as sanções não serão suspensas, serão endurecidas", afirmou.

Trump exortou aliados do Golfo Pérsico a normalizarem as relações com Israel para proporcionar um contrapeso regional a Irã.

Em sua terceira aparição na reunião anual da ONU, Trump também enviou uma mensagem dura à China e ao presidente chinês, Xi Jinping, dizendo que o mundo está observando como o governo chinês lida com as manifestações em Hong Kong, que provocaram temores de uma possível repressão chinesa.

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"Como a China decidir lidar com a situação dirá muito sobre seu papel no mundo no futuro. Estamos todos contando com o presidente Xi como um grande líder", disse.

Como busca melhorar sua imagem junto aos norte-americanos pensando na dura batalha da reeleição do ano que vem, Trump procurou enviar uma mensagem reconfortante para amenizar as preocupações dos eleitores com sua tendência a uma retórica incendiária.

A mensagem foi mais branda quando comparada com o tom bombástico de seus discursos anteriores na entidade mundial em 2017 e 2018, mas enfatizando que os militares dos EUA continuam sendo os mais poderosos do mundo.

Mas ele foi rígido com o Irã e sua liderança. O presidente iraniano, Hassan Rouhani, está em Nova York para atividades da ONU enquanto se especula se os dois líderes podem se encontrar para debater suas diferenças.

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Rouhani estava em seu hotel, e não no plenário da ONU, durante o discurso de Trump.

Em comentários à imprensa nesta terça-feira, Rouhani disse estar aberto a debater pequenas mudanças, acréscimos ou emendas no acordo nuclear firmado pelo Irã e seis grandes potências em 2015 se os EUA suspenderem as sanções impostas à República Islâmica.

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