Trump barra voos da Europa aos EUA para combater coronavírus

12 mar 2020 - 07h32
(atualizado às 07h57)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs restrições abrangentes a viagens da Europa para o país, obrigando passageiros a remarcar voos e levando os mercados globais a recuaram novamente nesta quinta-feira, com impacto sobre companhias aéreas que já enfrentam dificuldades.

Presidente Donald Trump na Casa Branca, em Washington, EUA
Presidente Donald Trump na Casa Branca, em Washington, EUA
Foto: Joshua Roberts / Reuters

Trump determinou que as viagens da Europa para os Estados Unidos sejam restringidas por 30 dias, respondendo à crescente pressão para tomar medidas contra um surto de coronavírus que se espalha rapidamente, afetando a vida cotidiana em praticamente todo país.

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"Estamos reunindo todo o poder do governo federal e do setor privado para proteger o povo americano", disse Trump em um discurso televisionado no horário nobre feito no Salão Oval da Casa Branca, na quarta-feira.

"Este é o esforço mais agressivo e abrangente para enfrentar um vírus estrangeiro na história moderna".

A restrição de viagens, que entra em vigor à meia-noite da sexta-feira, não se aplica à Grã-Bretanha e a norte-americanos que passarem por "exames apropriados", disse Trump.

Depois de provocar confusão ao sugerir que o comércio com a Europa também seria suspenso, Trump esclareceu que "o comércio não será afetado de forma alguma".

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"A restrição impede pessoas, não produtos", disse ele no Twitter logo após seu discurso.

As restrições derrubaram mercados financeiros, com os futuros do índice Euro Stoxx 50 afundando 8,3% para os níveis mais baixos desde meados de 2016. O mercado futuro de ações dos EUA caiu mais de 4%.

Trump disse que seu governo está em contato frequente com aliados dos EUA sobre a restrição, mas autoridades da União Europeia não foram notificadas sobre a medida com antecedência, disse um diplomata.

"Não houve alerta, nem coordenação, como afirmou o presidente", disse o diplomata, que não estava autorizado a falar publicamente.

As restrições aumentarão a pressão sobre companhias aéreas que já estão sofrendo com a pandemia de coronavírus, atingindo empresas europeias com mais força, disseram analistas.

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