Trump com covid-19: as 24h do presidente sem sintomas da doença, segundo os médicos

Presidente americano voltou a se reunir com assessores no Salão Oval nesta quarta, seis dias depois do diagnóstico positivo.

7 out 2020 - 18h35
Presidente americano voltou a se reunir com assessores no Salão Oval nesta quarta, seis dias depois do diagnóstico positivo
Presidente americano voltou a se reunir com assessores no Salão Oval nesta quarta, seis dias depois do diagnóstico positivo
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, não apresenta sintomas de covid-19 há mais de 24 horas e está sem febre há mais de quatro dias.

As informações constam em um comunicado divulgado nesta quarta (07/10) pelo médico da Casa Branca, Sean Conley, que afirmou ainda que o presidente diz estar se sentindo bem e já desenvolveu anticorpos contra a doença.

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Depois de passar três dias internado em um hospital militar e de receber suplementação de oxigênio, administrada quando os níveis de saturação de seu sangue caíram abaixo dos 95% considerados normais, o presidente voltou a trabalhar no Salão Oval, o gabinete presidencial.

Os comentários e o comportamento do Trump desde que recebeu alta nesta segunda têm sido criticados por especialistas e opositores.

Antes de deixar o hospital, ele escreveu em suas redes sociais que os americanos não deveriam sentir medo da covid-19 e nem deixá-la "dominar suas vidas". Os Estados Unidos registram o maior número de mortos pela doença, mais de 210 mil.

Hoje, ele optou por trabalhar no Salão Oval, e não da residência oficial, em meio a notícias que circularam nos últimos dias sobre o diagnóstico positivo para covid de assessores e funcionários da Casa Branca.

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O retorno se dá em meio à expectativa para o debate com os vice-candidatos à presidência. Mike Pence, vice de Trump, e Kamala Harris, que compõe a chapa do candidato democrata Joe Biden, se enfrentarão nesta noite.

Trump e Biden estiveram frente a frente no último dia 29 em um debate considerado caótico e bastante tumultuado, com pouca discussão de propostas e muitas interrupções e ofensas.

As eleições presidenciais americanas estão marcadas para o dia 3 de novembro.

As últimas notícias sobre a saúde de Trump

O relatório de Conley destaca que os sinais vitais do presidente, incluindo a saturação de oxigênio no sangue e a frequência respiratória, permaneciam estáveis e em níveis normais.

"Os exames do presidente sinalizaram níveis detectáveis de anticorpos SARS-CoV-2-IgG na segunda-feira do dia 5 de outubro."

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O teste anterior, feito na quinta-feira, não havia detectado anticorpos.

"Continuaremos a monitorar de perto a situação e atualizaremos as informações logo que elas estiverem disponíveis", pontuou o médico.

O corpo produz anticorpos na tentativa de debelar a infecção causada pelo coronavírus. A presença de anticorpos, portanto, indica a presença do vírus no organismo — ainda não se sabe, contudo, que tipo de imunidade esses anticorpos fornecem contra a doença.

Mais de 10 pessoas próximas ao presidente foram diagnosticadas com a doença
Foto: EPA/KEN CEDENO / BBC News Brasil

Logo depois de diagnosticado, Trump recebeu dois tipos de anticorpos monoclonais experimentais, além do antiviral Remdesivir e o corticoide dexametasona, usado apenas em casos graves de covid-19.

Ele foi levado de helicóptero ao hospital depois de dois incidentes de queda do nível de oxigênio no sangue.

A equipe de profissionais da saúde responsável pela atenção ao presidente contava com 13 médicos e enfermeiros, liderados por Conley.

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No dia em que recebeu alta, Trump compartilhou o post em que conclamava os americanos a não temerem a covid-19.

Um dia depois, escreveu que a doença era "menos letal" do que a gripe e que os Estados Unidos haviam "aprendido a conviver" com a gripe sazonal, "assim como estamos aprendendo a conviver com covid, menos letal entre a maioria das populações".

O post foi deletado pelo Facebook — egundo o porta-voz da empresa, Andy Stone, a rede social tem como política "remover informações incorretas a respeito da severidade da covid-19". No Twitter, a postagem foi oculta por uma mensagem que alertava os usuários de que o conteúdo poderia estar espalhando "informação enganosa e potencialmente danosa".

De volta ao Salão Oval

Trump voltou a trabalhar do Salão Oval na tarde de quarta. Ele se reuniu com assessores para discutir sobre o furacão Delta, no golfo do México, e sobre o pacote de estímulo à economia que o governo tem negociado com os democratas.

Mais cedo, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, afirmou que todos aqueles que tiveram contato com o presidente estavam usando equipamentos de proteção individual, como máscaras e óculos de proteção.

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Um memorando distribuído na segunda entre a equipe limitava a circulação de pessoas no primeiro andar da ala oesta da Casa Branca e na residência oficial, com medidas rígidas estipulando uso de equipamento de proteção e higienização das mãos de qualquer um que ficasse a pelo menos dois metros do presidente.

Pelo menos nove empregados da Casa Branca testaram positivo para a covid-19.

Membros da equipe chegaram a relatar à imprensa americana terem sido expostos sem conhecimento ao novo coronavírus por meio de pessoas que sabidamente estavam doentes ou que tinham risco de terem sido infectadas.

A líder democrata Nancy Pelosi afirmou que a Casa Branca era "um dos lugares mais perigosos do país", acrescentando que "não chegaria nem perto" do prédio.

O mais recente diagnóstico positivo é de Stephen Miller, conselheiro-sênior de Trump. A secretária de imprensa, Kayleigh McEnany, e pelo menos três outros funcionários da comunicação da Casa Branca também estão doentes.

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O chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, general Mark Milley, e diversos líderes militares do Pentágono estão de quarentena após terem sido expostos ao vírus — o vice-comandante da Guarda Costeira, almirante Charles Ray, recebeu na segunda o diagnóstico positivo.

Ele e outros integrantes do Estado-Maior Conjunto estiveram no fim de setembro na Casa Branca para um evento.

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