Uma enviada dos Estados Unidos disse à Reuters que a equipe do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deve permanecer ativa no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em parte para combater o que ela descreveu como a influência "perigosa" da China.
Em seu primeiro mandato, Trump deixou o órgão sediado em Genebra, citando um viés anti-Israel. Os EUA voltaram a participar em 2022 sob o comando do sucessor de Trump, Joe Biden. Michele Taylor, que tem sido a enviada de Washington ao conselho desde então, disse que é importante permanecer engajado e que ela planeja apresentar isso à equipe de Trump como parte da transição.
"Todas as nossas prioridades que são abordadas no conselho merecem ter a voz dos Estados Unidos", disse Taylor à Reuters em uma entrevista.
"Nosso entendimento é que os direitos humanos pertencem aos indivíduos e a China realmente gostaria de ver essa norma mudando", declarou ela. "Acho que é muito perigoso", acrescentou ela, expressando preocupação de que a opinião da China possa ser usada, por exemplo, para justificar detenções arbitrárias.
A China, membro do conselho até 2026, tem afirmado que cada Estado deve escolher seu próprio caminho em termos de direitos humanos e que os direitos econômicos são tão importantes quanto os direitos civis. Ela se opõe regularmente à análise de supostas violações, inclusive as suas próprias.
A missão diplomática da China em Genebra disse, em resposta aos comentários de Taylor, que promove o diálogo e a cooperação sobre direitos humanos e fez contribuições positivas para o conselho.
"Pelo contrário, os EUA instrumentalizam os direitos humanos como uma arma para servir à sua agenda política, ignorando as verdadeiras crises de direitos humanos no país e no exterior", afirmou.
O conselho, que tem 47 membros eleitos e se reúne várias vezes ao ano, é o único órgão intergovernamental que trabalha para proteger os direitos humanos em todo o mundo. Ele não tem poderes juridicamente vinculantes, mas suas reuniões aumentam o escrutínio e podem determinar investigações para documentar abusos, que às vezes formam a base para processos de crimes de guerra.