Trump diz que líder do Estado Islâmico Baghdadi morreu em operação militar dos EUA

27 out 2019 - 14h20

O líder foragido do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, morreu "gemendo e chorando" durante uma operação de forças especiais dos Estados Unidos no noroeste da Síria, anunciou o presidente norte-americano, Donald Trump, neste domingo, em um grande revés para o grupo jihadista.

Baghdadi se matou durante a operação ao detonar um colete suicida após fugir para um túnel sem saída, disse Trump em pronunciamento televisionado feito na Casa Branca. A identidade dele foi confirmada por exame de DNA 15 minutos após a morte, acrescentou o presidente.

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"Ele era um homem doente e degenerado, e agora ele já era", afirmou.

Trump disse que "muitos" dos seguidores de Baghdadi também foram mortos e que, ao se explodir, Baghdadi matou também três crianças.

As forças dos EUA não sofreram perdas, disse ele, sendo que um único ferimento foi sofrido por um cão militar. Trump agradeceu a Rússia, Turquia, Síria e Iraque pelo apoio à operação.

Baghdadi era há muito procurado pelos EUA por ser chefe de um grupo jihadista que chegou a controlar grandes áreas da Síria e do Iraque, onde declarou haver um califado.

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O Estado Islâmico perpetrou atrocidades contra minorias religiosas e conduziu ataques em cinco continentes em nome de uma versão ultrarradical do islã que aterrorizou os muçulmanos tradicionais.

Nos últimos anos, o grupo perdeu a maior parte de seu território.

Contudo, a maioria dos especialistas em segurança ainda consideram o Estado Islâmico uma ameaça capaz de realizar ataques e operações clandestinas, apesar da destruição da estrutura paraestatal construída por Baghdadi, o que desfalcou o grupo de sua ferramenta de recrutamento e de sua base logística para o treinamento de combatentes e planejamento de ataques em outros países.

"O bandido que tentou tanto intimidar os outros passou seus últimos momentos com medo, pânico e pavor extremos, aterrorizado pelas forças americanas que se aproximavam dele", disse Trump.

"Ele alcançou o fim do túnel quando nossos cachorros o perseguiam. Ele detonou seu colete, matando a si mesmo e suas três crianças. O corpo dele ficou mutilado pelas explosões. O túnel desabou sobre ele", acrescentou Trump.

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Neste mês, Trump enfrentou duras críticas dos democratas e de seus correligionários republicanos ao anunciar a retirada das tropas norte-americanas do nordeste da Síria, medida que permitiu à Turquia atacar os aliados curdos dos EUA para estabelecer uma "zona segura".

Trump afirmou que a operação não alteraria sua decisão de retirar as tropas da Síria.

No auge de seu poder, o Estado Islâmico dominou milhões de pessoas num território que ia do norte da Síria e ao longo de cidades e vilas nos vales dos rios Tigre e Eufrates e até os arredores da capital iraquiana Bagdá.

Centenas de civis foram mortos pelo grupo no que a Organização das Nações Unidas (ONU) chamou de campanha genocida contra a minoria Yazidi.

O grupo também provocou a revolta mundial ao decapitar estrangeiros de países como Estados Unidos, Reino Unido e Japão.

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