Trump endurece retórica e defende pena de morte para imigrantes que matem norte-americanos

11 out 2024 - 20h59

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, retratou imigrantes nesta sexta-feira como criminosos perigosos, durante um comício em Aurora, no Colorado, defendendo a pena de morte para os que matarem cidadãos norte-americanos, em momento no qual ele eleva o tom de sua retórica anti-imigração que tem sido a tônica de sua campanha presidencial.

Ladeado por pôsteres que supostamente seriam da gangue venezuelana Tren de Aragua, Trump também afirmou que, caso seja eleito, vai lançar uma "Operação Aurora" para combater membros desses grupos.

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A imigração ilegal é uma das maiores preocupações dos eleitores na disputa eleitoral, na qual ele enfrentará a democrata Kamala Harris, atual vice-presidente. Muitos cidadãos veem Trump como a pessoa mais preparada para lidar com o tema, de acordo com pesquisas de opinião.

"Estou portanto pedindo pena de morte para qualquer imigrante que mate um cidadão norte-americano ou um membro das forças de segurança", disse Trump para delírio de seus apoiadores.

O republicano já propôs a expansão da pena de morte para outros crimes, como pessoas condenadas por tráfico sexual de mulheres e crianças.

Quase metade dos Estados do país proíbem a pena de morte. Embora haja previsão em lei federal para a pena capital, ela é raramente usada, de acordo com o Centro de Informações para a Pena de Morte. A expansão dos crimes passíveis dessa punição teria de ser aprovada pelo Congresso do país.

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Um dos focos da terceira eleição disputada por Trump tem sido o que ele chama de "crimes dos imigrantes", mesmo que estudos acadêmicos mostrem que os imigrantes não cometem mais crimes do que os nascidos no país.

A campanha de Kamala não respondeu imediatamente a um pedido para que comentasse sobre a proposta de pena de morte, mas a candidata tem sido mais dura quanto à segurança das fronteiras após se tornar a candidata do Partido Democrata, em agosto. Ela culpa o ex-presidente por ter jogado contra uma lei bipartidária sobre o tema neste ano.

Durante um debate contra Kamala em setembro, Trump afirmou que membros da Tren de Aragua controlavam vários complexos de apartamentos em Aurora, algo que foi refutado por policiais da cidade. Mas nesta sexta-feira ele prometeu se concentrar ali caso seja eleito.

"Vou resgatar Aurora e cada cidade que foi invadida e conquistada", afirmou Trump. "Colocaremos esses criminosos cruéis e sanguinários na cadeia ou os expulsaremos do nosso país."

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Apesar dos comentários dramáticos, nenhuma cidade dos Estados Unidos foi tomada por imigrantes.

O prefeito de Aurora, Mike Coffman - um republicano -, afirmou em comunicado antes do comício que "as preocupações sobre a atividade de gangues venezuelanas eram grosseiramente exageradas", convidando o ex-presidente para um passeio pela cidade.

De acordo com a polícia de Aurora, o número de crimes graves caiu na comparação com o ano anterior.

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