O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de ataques pessoais e às políticas da sua rival democrata Kamala Harris em um discurso na quarta-feira, na esperança de se recuperar de um período difícil durante o qual sua liderança nas pesquisas praticamente evaporou.
Alguns aliados, doadores e assessores expressaram preocupação com os ataques de Trump ao intelecto da vice-presidente dos EUA e sugeriram que ele se concentrasse no que, segundo eles, são as políticas fracassadas que Kamala promoveu no cargo.
Ao discursar para apoiadores em Asheville, Carolina do Norte, Trump evitou ataques que desafiassem a identidade racial de Kamala e falou sobre políticas com mais detalhes do que em outros eventos recentes. Mas ele continuou a lançar insultos pessoais contra ela, em um momento chamando-a de "estúpida" e zombando de sua gargalhada, dizendo: "Essa é a risada de uma pessoa com grandes problemas".
Desde que surgiu como candidata do Partido Democrata depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, desistiu da candidatura à reeleição no mês passado, Kamala Harris mudou radicalmente a disputa. As pesquisas de opinião têm mostrado constantemente que ela está diminuindo a diferença em relação a Trump e algumas agora a colocam à frente na corrida para a eleição de 5 de novembro.
O ímpeto abalou a campanha de Trump, e ele respondeu com insultos. Ele insinuou que Kamala, cuja mãe nasceu na Índia e o pai na Jamaica, só recentemente se inclinou para sua identidade negra. Alguns republicanos a difamaram com ataques racistas e sexistas.
Alguns aliados de Trump dizem que a abordagem prejudicou sua campanha.
"Pessoalmente, não faz diferença para mim como Kamala quer se identificar", disse Bill Bean, um importante doador republicano que recebeu o candidato a vice-presidente de Trump, JD Vance, em um evento de arrecadação de fundos em Indiana no final de julho.
Bean afirmou ter conversado com Vance e com o presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Whatley, sobre a necessidade de atacar Kamala com base em seu histórico político, e não em sua identidade.
Trump passou a última parte de seu discurso na Carolina do Norte fazendo exatamente isso: atacando as políticas de Kamala e explicando as suas próprias.
Ele disse que abriria as terras federais para perfuração e facilitaria o processo de licenciamento de oleodutos, entre outras medidas destinadas a reduzir os preços ao consumidor, caso derrote Kamala Harris.
Ele também se comprometeu a reduzir os preços da energia e da eletricidade pela metade dentro de 12 a 18 meses após assumir o cargo. Ele não especificou como faria isso, mas repetiu promessas anteriores de colocar mais produção de petróleo em operação, inclusive no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, no Alasca, onde o governo Biden deixou de emitir novas licenças.