O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou na terça-feira seus esforços para fazer da China um tema central da corrida presidencial, acusando o rival democrata Joe Biden de ser um "globalista vendido" que ajudou a arquitetar a perda generalizada de empregos norte-americanos.
"A pauta de Joe Biden é 'made in China'. Minha pauta é 'made in the U.S.A'", disse Trump ao falar a milhares de apoiadores durante um comício de campanha ao ar livre no aeroporto de Winston-Salem, na Carolina do Norte.
A China se tornou um tópico latente antes da eleição presidencial norte-americana de 3 de novembro, e Trump acusou Biden diversas vezes de apoiar há tempos políticas comerciais que levaram à exportação de postos de trabalho.
"Biden é um globalista vendido que passou a carreira arrasando as comunidades americanas", disse Trump, que está atrás do oponente em pesquisas nacionais de opinião.
Biden, por sua vez, critica Trump por punir os agricultores e outras indústrias dos EUA com tarifas danosas a bens chineses.
O ex-vice-presidente também repudiou o acordo comercial de Trump com a China por não render os benefícios que o presidente prometeu às indústrias norte-americanas, dizendo no mês passado que ele está "falhando, e muito".
A Carolina do Norte é um Estado essencial cobiçado pelas campanhas de Biden e Trump, e um dos poucos que podem determinar a eleição. Ele ainda é um de muitos Estados que viu suas indústrias de manufatura e têxteis migrarem para a China e outras nações asiáticas ao longo dos últimos 25 anos.
A visita de terça-feira foi a segunda de Trump em menos de uma semana, e o republicano intensificou as viagens de campanha a menos de dois meses da votação.
A campanha do presidente também acusou Biden e sua colega de chapa, a senadora Kamala Harris, de se oporem aos esforços de seu governo para acelerar uma vacina contra o coronavírus, que ele disse estar vindo "muito, muito em breve".
"Eles estão tentando depreciá-la", disse Trump. "Estão tentando politizá-la."
Biden acusou o próprio Trump de politizar a questão para ajudar sua reeleição, dizendo na segunda-feira que, tendo em conta o histórico de declarações equivocadas do presidente a respeito da pandemia, que já matou mais de 186 mil norte-americanos e tirou o emprego de milhões, suas garantias sobre a segurança de tal vacina não merecem confiança.
Antes do comício, a campanha de Biden pediu que qualquer vacina seja produzida e distribuída seguindo padrões científicos estabelecidos sem interferência política externa.