Trump teria sido condenado se não tivesse vencido eleição, diz relatório

Promotor diz que há evidência de interferência eleitoral em 2020

14 jan 2025 - 09h11
(atualizado às 11h20)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, teria sido condenado por tentar anular ilegalmente o resultado das eleições presidenciais de 2020, quando foi derrotado por Joe Biden, se não tivesse sido reeleito em 2024.

    A informação consta no relatório do procurador especial Jack Smith, responsável por liderar as investigações do governo norte-americano sobre o republicano, cuja divulgação ocorreu nesta terça-feira (14).

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    O documento de 174 páginas, que foi acessado pela imprensa e autorizado pelo procurador-geral Merrick Garland, apesar da oposição dos advogados de Trump, descreve detalhadamente aqueles que estão sendo chamados de "os esforços criminosos do presidente eleito para manter o poder" após as eleições de novembro de 2020.

    Segundo a equipe de Smith, Trump tentou "subverter a vontade do povo e anular o resultado das eleições".

    "Conforme refletido nas acusações originais e subsequentes, quando ficou claro que o sr. Trump havia perdido a eleição e que os meios legais para contestar os resultados eleitorais falharam, ele recorreu a uma série de esforços criminosos para manter o poder", diz o documento, citando "pressão sobre funcionários do Estado", esquemas "fraudulentos" e "pressão sobre o vice-presidente" Mike Pence.

    Uma seção do relatório também está reservada para o ataque cometido por seus apoiadores no Capitólio em 6 de janeiro de 2021.

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    "A visão do Departamento [de Justiça] de que a Constituição proíbe a continuação da acusação de um presidente é categórica e não depende da gravidade dos crimes acusados, da força das provas do governo, ou dos méritos da acusação, que o gabinete apoia plenamente, se não fosse pela eleição de Trump e o seu regresso iminente à presidência", justifica.

    Por fim, o texto reforça que o gabinete determinou que as provas admissíveis contra ele eram "suficientes para obter e sustentar uma condenação no julgamento".

    Smith foi nomeado promotor especial pelo procurador-geral Merrick Garland logo depois que Trump lançou sua candidatura à Casa Branca em 2024.

    Após a publicação do relatório, Trump definiu Smith como "louco" e defendeu sua inocência, em uma mensagem em sua rede social Truth.

    "O perturbado Jack Smith não conseguiu processar com sucesso seu 'chefe' oponente político, o 'corrupto Joe Biden', e por isso acabou escrevendo outro 'relatório'", escreveu ele, afirmando que o procurador "não conseguiu que seu caso fosse julgado antes da eleição, que ganhei de forma esmagadora".

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    Trump acrescentou, em letras maiúsculas: "Os eleitores se manifestaram!!!".

    O presidente eleito dos EUA foi acusado de pressionar autoridades a reverter o resultado do pleito de 2020, além de divulgar conscientemente fake news sobre fraude eleitoral e buscar meios para explorar a invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021. Apesar disso, ele nega irregularidades e diz ser inocente. .

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