O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou a Áustria de promover uma "guerra religiosa", por causa da decisão do governo local de fechar sete mesquitas e expulsar dezenas de imãs muçulmanos.
As medidas foram anunciadas na última sexta-feira (8), pelo gabinete do chanceler conservador Sebastian Kurz, que governa com o apoio da extrema direita. Os líderes islâmicos são acusados de receber financiamento do exterior voltado à radicalização.
"Essas iniciativas do chanceler austríaco estão, eu temo, levando o mundo para uma guerra entre os Cruzados e o Crescente [símbolo do Islã]", afirmou Erdogan durante um discurso em Istambul. Os imãs expulsos são da Associação Turco-Islâmica (Atib), entidade próxima do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), liderado pelo presidente do país.
"Eles dizem que querem expulsar da Áustria os nossos religiosos. Acham que não reagiremos se fizerem algo do tipo?", ameaçou Erdogan, que já havia dito que o procedimento é resultado de uma "onda populista, islamofóbica, racista e discriminatória".