O novo proprietário do Twitter, Elon Musk, disse que "não teve escolha" a não ser reduzir a força de trabalho da empresa, já que a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões (R$ 20 milhões) por dia.
Metade da equipe da empresa está sendo demitida, uma semana depois que Musk comprou o Twitter em um acordo de US$ 44 bilhões.
Funcionários do Twitter têm usado a plataforma para falar sobre sua demissão.
Há preocupações de que a empresa possa diminuir a moderação de conteúdo, mas Musk disse que as políticas da empresa permanecem "absolutamente inalteradas".
À medida que surgiram relatos na sexta-feira (4/11) de que milhares de funcionários do Twitter em todo o mundo estavam perdendo seus empregos, foram feitas perguntas sobre o futuro dos funcionários responsáveis por retirar conteúdo nocivo da rede social.
Grupos de segurança online e ativistas sugeriram que Musk pode relaxar as políticas de moderação, tornando o Twitter menos eficaz na remoção de discursos de ódio e desinformação da plataforma.
As proibições permanentes feitas pelo Twitter para figuras controversas - incluindo o ex-presidente dos EUA Donald Trump - também podem ser removidas. As mudanças ocorrem pouco antes das eleições de meio de mandato dos EUA, quando se espera um aumento na desinformação.
Essas preocupações foram alimentadas pelos comentários de Musk na sexta-feira (4/11), que buscavam atribuir a "queda maciça de receita" do Twitter a "grupos ativistas" que estavam "tentando destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos".
"O Twitter teve uma queda enorme na receita, devido a grupos ativistas pressionando os anunciantes, embora nada tenha mudado com a moderação de conteúdo e fizemos tudo o que pudemos para apaziguar os ativistas", escreveu.
Yoel Roth, chefe de segurança e integridade do Twitter, disse que a maioria dos mais de 2.000 moderadores de conteúdo que trabalham na "linha de frente da revisão" não foram afetados.
Ele disse que a "redução da força" afetou cerca de 15% dos que trabalham na área de confiança e segurança do Twitter - em comparação com o que ele disse ser um corte de 50% visto em toda a empresa, que tem cerca de 7.500 funcionários.
Um e-mail interno enviado à equipe na sexta-feira disse que os cortes de empregos em massa eram "infelizmente necessários para garantir o sucesso da empresa no futuro".
Funcionários confirmaram no Twitter que foram desconectados dos laptops de trabalho e do Slack, um sistema de mensagens.
Muitos funcionários revelaram que foram retirados de postagens na plataforma empresarial, pintando um quadro de cortes que abrangeram o mundo e atingiram departamentos que iam do marketing à engenharia. Eles incluíam funcionários de comunicação, curadoria de conteúdo e desenvolvimento de produtos.
Grandes marcas interromperam os gastos com publicidade no Twitter, incluindo Volkswagen, General Motors e Pfizer.
Quase toda a receita do Twitter atualmente vem da publicidade, e Musk está procurando maneiras de cortar custos e ganhar dinheiro de maneiras diferentes com a plataforma, incluindo planos de cobrar uma taxa de assinatura mensal para os usuários serem verificados na plataforma.
Ele também propôs que aqueles que pagassem a taxa de US$ 8 por mês teriam seus tuítes impulsionados em respostas, menções e pesquisas, provocando críticas de algumas pessoas no Twitter de que ele estava criando um sistema que beneficiaria aqueles dispostos a pagar.
Funcionários do Twitter entraram com uma ação coletiva nos EUA, argumentando que a empresa estava fazendo grandes cortes de empregos sem aviso prévio de 60 dias, violando a lei federal e californiana.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-63526718