Ucrânia faz contra-ataque na região russa de Kursk

5 jan 2025 - 13h35

Após meses na defensiva, forças ucranianas voltaram a atacar região fronteiriça da Rússia. Apesar de reação russa, soldados se mantêm ali desde agosto do ano passado.Após meses na defensiva, as forças ucranianas voltaram a atacar Kursk, região fronteiriça da Rússia parcialmente tomada pela Ucrânia desde agosto do ano passado.

Apesar de reação russa, forças ucranianas têm conseguido se manter em Kursk
Apesar de reação russa, forças ucranianas têm conseguido se manter em Kursk
Foto: DW / Deutsche Welle

O ministério russo da Defesa informou neste domingo (05/01) que seus soldados estavam repelindo as tropas ucranianas, embora relatos de blogueiros russos sugiram que os militares estão sob pressão.

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A operação também foi confirmada por oficiais ucranianos, mas não está claro o quanto a Ucrânia conseguiu avançar.

No sábado, o presidente Volodimir Zelenski disse que a Rússia teria perdido um batalhão inteiro de soldados norte-coreanos e paraquedistas russos dentro de apenas dois dias próximo ao vilarejo de Makhnovka, sem citar números concretos.

A Ucrânia e países aliados afirmam que a Coreia do Norte enviou 11 mil soldados a Kursk para apoiar as tropas russas. A informação não foi confirmada nem desmentida pela Rússia.

"A Rússia está recebendo o que merece", escreveu no Telegram o chefe de gabinete de Zelenski, Andriy Yermak, celebrando o que chamou de "boas notícias" vindas de Kursk.

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Também via Telegram, o chefe do Centro Contra Desinformação, Andriy Kovalenko, afirmou que as tropas russas foram atacadas em diversos lugares.

Os ataques teriam começado no vilarejo de Berdin por volta das 3h da madrugada (horário de Brasília), segundo a Rússia.

Horas mais tarde, o blogueiro russo Yuri Podolyak informou que as tropas de Vladimir Putin haviam retomado o controle da situação após cometer alguns "erros" e conseguiram cercar soldados ucranianos a caminho da capital de Kursk.

A situação no local não pôde ser verificada de forma independente.

Conflito se intensificou desde a eleição de Trump nos EUA

No final do ano passado, Putin afirmou publicamente que a Rússia com certeza expulsaria as tropas ucranianas de Kursk, mas não deu prazo para isso.

A Rússia atualmente controla cerca de 20% do território ucraniano, mas o sucesso inesperado da tomada ucraniana de Kursk poderia melhorar a posição de Kiev em eventuais negociações de paz.

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Em novembro, uma fonte militar ucraniana afirmou à agência de notícias AFP que eles ainda controlavam uma área de 800 quilômetros quadrados na Rússia, apesar de terem perdido quase 600 quilômetros.

Ainda assim, as tropas russas têm avançado em ritmo mais rápido pelo território ucraniano, tomando 3,6 mil quilômetros quadrados de área em 2024, dos quais 610 quilômetros quadrados só em novembro.

O conflito se intensificou desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, com os dois lados tentando melhorar suas posições diante da expectativa de a Ucrânia ser forçada a selar um acordo.

Trump tem prometido dar um fim rápido à guerra, sem dizer como. Os EUA são os maiores aliados militares de Kiev, e sem seu apoio é improvável que a Ucrânia consiga resistir à invasão russa.

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ra (Reuters, AFP, DW)

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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