Um ano após o voo MH-17 da Malaysia Airlines ser derrubado na Ucrânia, Inna Tipunova, 60 anos, lembra do momento em que ouviu um forte barulho e achou que estivessem sendo bombardeados no vilarejo de Rossypnoye. Ela correu para casa, notou telhas caídas na entrada e ouviu de seu filho: "Tem um corpo na cozinha".
"Que corpo? De onde veio?", perguntou. Ao entrar na cozinha, deparou-se com um cenário de destruição. Um grande buraco no teto e, sobre uma pilha de escombros, o corpo de uma mulher.
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Inna descreve o que sentiu e pensou desde então: "Ela tem parentes, família em algum lugar. É assim que me sinto. É doloroso, uma tragédia para a família dela, uma dor insuportável que eles sentirão pelo resto de suas vidas. Espero que sejam fortes", disse à BBC Inna, chorando em luto pela morte de uma estranha em sua casa. A mulher, cuja identidade Inna nunca descobriu, era uma das 298 pessoas mortas na queda do avião.
Desse total, 39 corpos foram encontrados no vilarejo de Rossypnoye. Alguns permaneceram no local por vários dias. Segundo o prefeito, Oleg Miroshnichenko, os moradores passaram por uma forte sensação de choque e tragédia que "tocou toda a alma humana".
Um grupo internacional, liderado pela Holanda, tenta determinar quem, afinal, quem derrubou o avião. Conclusões devem ser publicadas no ano que vem.
Além do trabalho de análise forense do que restou do avião, o procurador que comanda as investigações, Fred Westerbeke, disse à BBC que o grupo está analisando bilhões de páginas na internet, milhares de fotos e vídeos relacionados à queda da aeronave. Ele disse ainda que 140 testemunhas foram interrogadas, mas que ainda é cedo para identificar suspeitos.