Ucraniano diz ter reconhecido mulher e filhos pela bagagem

Perebyinis relatou últimas conversas com a família ao 'The New York Times'

10 mar 2022 - 15h46
(atualizado às 15h51)
Uma mulher e duas crianças morreram durante bombardeio em Irpin
Uma mulher e duas crianças morreram durante bombardeio em Irpin
Foto: Andrea Filigheddu/NurPhoto

O ucraniano Sergii Perebeinis, 43, descobriu a morte da mulher Tatiana Perebeinis e dos filhos Alise, 9, e Nikita, 18, pelas redes sociais, como relatou ao jornal norte-americano The New York Times. O caso gerou comoção com a propagação dos vídeos e das fotos da família, vítima de um ataque russo na cidade de Irpin, no último domingo (6), enquanto tentava fugir da Ucrânia.

A guerra na Ucrânia já matou ao menos 516 civis, segundo a ONU. E as negociações para um possível cessar-fogo ainda não tiveram nenhum efeito prático

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Tatiana Perebeinis
Foto: Reprodução
Nikita
Foto: Reprodução
Alise
Foto: Reprodução

"Eu os reconheci pela bagagem", conta Perebeinis, que, no momento da explosão que matou a família, estava cuidando da mãe com covid-19 em Donetsk. Segundo o programador, ele falou com a esposa na noite anterior da morte.

"Eu disse a ela: 'Perdoe-me por não poder defendê-la'", lembra ele, que afirma que a resposta de Tatiana foi: "Não se preocupe, eu vou sair."

Perebeinis diz ter tentado monitorar a família com um aplicativo de geolocalização. A mulher e os filhos, segundo ele, teriam passado a noite anterior em um porão, sem sinal. A última notificação dos três foi em um hospital de Kiev. "Tentei ligar, mas ninguém atendeu. Foi quando soube a notícia pelo Twitter."

Apesar das imagens chocantes, Perebeinis afirma ser importante o registro da morte de sua família. "O mundo inteiro precisa saber o que está acontecendo aqui."

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A família Perebyinis, como relata o programador, já havia sido deslocada uma vez pela guerra, em 2014, quando morava em Donetsk, no leste, e a Rússia fomentou uma revolta separatista. Eles se mudaram para Kiev para escapar dos combates e começaram a reconstruir suas vidas. "Quando os tanques russos entraram na Ucrânia no mês passado, mal podíamos acreditar que estava acontecendo de novo", disse Perebyinis.

Fonte: Redação Terra
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