O último aliado diplomático de Taiwan na África, o reino de eSwatini, disse nesta quarta-feira que não pretende se aliar à China depois que um diplomata chinês disse esperar que o país rompa com Taipé em breve devido a uma disputa diplomática acirrada.
Atualmente Taiwan, que a China reivindica por considerar uma província rebelde sem direito a ter relações com outros Estados, tem laços formais só com 17 países, quase todos nações pequenas e menos desenvolvidas na América Central e no Pacífico, como Belize e Nauru.
Taiwan perdeu seu aliado mais recente, El Salvador, na terça-feira -- o terceiro país a se curvar à China neste ano. A presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, prometeu enfrentar o comportamento chinês "cada vez mais fora de controle" depois desta decisão.
Antecipando-se a uma cúpula do mês que vem com líderes africanos em Pequim, a China vem aumentando a pressão para o último aliado de Taiwan no continente, eSwatini, antes conhecido como Suazilândia, debandar para seu lado, disseram fontes diplomáticas.
Falando aos repórteres em Pequim sobre a cúpula, o ministro-assistente de Relações Exteriores da China, Chen Xiaodong, disse que eSwatini não tem relações com seu país "por razões que todos conhecem".
"Torcemos e esperamos que todas as nações africanas, sem nenhuma exceção, possam participar de uma cooperação China-África positiva e se tornar um membro da maior reunião familiar de todas", Chen.
"Acredito que este não é somente um objetivo da China, é também uma expectativa amplamente compartilhada por todas as nações africanas. Acredito que esta meta pode, no futuro não muito distante, ser conquistada", acrescentou, sem dar detalhes.
Mas o chanceler de eSwatini, Mgwagwa Gamedze, disse à Reuters de Taiwan, que está visitando, que seu país não tem interesse em forjar relações com a China.
"Eles não devem tentar nos manipular porque nosso relacionamento com Taiwan tem mais de 50 anos e não iremos descartá-los", afirmou Mgwagwa.
"Não temos desejo de trocar de lado, já que Taiwan tem sido boa conosco".
O ministro disse que sua viagem a Taiwan é um sinal de que o reino permanecerá ao lado do aliado e que não sacrificará seu relacionamento por nada.