Exatamente um ano depois de terem recebido ordens de ficar em casa para conter a disseminação da Covid-19, os britânicos lembrarão as mais de 126 mil pessoas que perderam a vida para o vírus, um número que poucos teriam imaginado em março de 2020.
As pessoas estão sendo convidadas a observar um minuto de silêncio ao meio-dia para homenagear os mortos e a ficarem nas entradas das casas às 20h segurando velas ou tochas.
Dados oficiais mostram que, no dia 23 de março de 2020, quando o primeiro-ministro, Boris Johnson, chocou a nação ordenando que as pessoas ficassem em casa e fechando a maior parte da economia, menos de mil britânicos haviam sucumbido ao novo coronavírus.
Agora, o número de pessoas que se sabe terem morrido no Reino Unido até 28 dias depois de serem diagnosticadas com Covid-19 é de 126.172 - o maior da Europa e o quinto maior do mundo.
Seis milhões de pessoas perderam entes queridos, de acordo com a instituição de caridade de cuidados paliativos Marie Curie, que está organizando vários dos eventos desta terça-feira.
O último ano levou muitas pessoas ao limite e além com seus lockdowns recorrentes, a separação forçada de familiares e amigos, meses de aulas em casa para milhões de crianças e setores inteiros parados e lutando pela sobrevivência.
Embora a nação como um todo compartilhe estas agruras, o foco desta terça-feira está nos que não sobreviveram e nos que ficaram para trás.
"Os últimos 12 meses cobraram um preço alto de todos nós, e ofereço minhas condolências sinceras àqueles que perderam entes queridos", disse Johnson, que também ficou seriamente doente de Covid-19 em abril de 2020 e passou três noites em uma unidade de tratamento intensivo.
"Hoje, o aniversário do primeiro lockdown, é uma oportunidade para refletir sobre o ano passado - um dos mais difíceis da história do nosso país", disse ele em um comunicado.
De noite, locais de destaque de todo o Reino Unido, do London Eye, Trafalgar Square e o Estádio Wembley ao Castelo de Cardiff e a prefeitura de Belfast, ficarão iluminados com luzes amarelas como símbolo de esperança e apoio aos enlutados.
"Vamos passar um momento juntos para lembrar aqueles que se perderam, para agradecer por suas vidas e para reconhecer a dor inexprimível da partida", disse o príncipe Charles, o herdeiro do trono, em uma mensagem de vídeo.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES