Varíola dos macacos: os países onde doença já foi detectada

Até o momento, foram contabilizados mais de 100 casos em 16 nações.

23 mai 2022 - 20h06
(atualizado às 20h10)
Embora deixe marcas, a varíola dos macacos não é considerada uma doença grave
Embora deixe marcas, a varíola dos macacos não é considerada uma doença grave
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) segue monitorando a disseminação recente da varíola dos macacos - doença que, até o momento, tem causado infecções leves, apesar das lesões características na pele.

Mais de 100 casos foram confirmados fora das regiões em que a enfermidade é endêmica, em 16 países no total: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.

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O surto da doença pegou cientistas de surpresa. As autoridades de saúde do Reino Unido, por exemplo, que contabilizava 57 infectados até esta segunda (23/5), chegaram a emitir novas recomendações recentemente, pedindo às pessoas infectadas ou que tiveram contato com alguém doente que se isolem por três semanas.

Na sexta-feira (20/5), a Bélgica se tornou o primeiro país a decretar uma quarentena de três semanas para aqueles infectados.

Falando no domingo na abertura da Assembleia Mundial da Saúde da OMS, Tedros Adhanom, diretor-geral da entidade, comentou que "a pandemia de covid não é a única crise em nosso mundo".

"Enquanto falamos, nossos colegas ao redor do mundo estão respondendo a surtos de ebola na República Democrática do Congo, varíola e hepatite de causa desconhecida e crises humanitárias complexas no Afeganistão, Etiópia, Somália, Sudão do Sul, República Árabe Síria, Ucrânia e Iêmen", completou.

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"Enfrentamos uma formidável convergência de doenças, seca, fome e guerra, alimentada por mudanças climáticas, desigualdade e rivalidade geopolítica", acrescentou o chefe da OMS.

Há alguns dias entidade havia declarado que uma série de casos suspeitos de varíola dos macacos estavam sendo investigados - sem citar os países envolvidos - e alertou que mais infecções provavelmente seriam confirmadas. No sábado (21/5), publicou uma primeira lista com os locais afetados.

Depois que um primeiro surto foi identificado no Reino Unido, o vírus passou a ser detectado em vários outros países da Europa - com agências de saúde pública na Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Suécia, todas confirmando casos.

Outras infecções foram anunciadas na Áustria e na Suíça neste domingo. A Argentina também informou um primeiro caso suspeito.

Susan Hopkins, diretora da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, informou que novos casos estão sendo detectados "diariamente" e que o vírus já tem se espalhado de forma comunitária no país, ou seja, entre pessoas que não tiveram contato com ninguém que tenha visitado o continente africano, onde a doença é endêmica.

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O risco para a população em geral, entretanto, permanece "extremamente baixo", diz ela, com casos até agora encontrados principalmente em algumas áreas urbanas.

Doença foi detectada em 16 países até o momento
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O vírus que causa a varíola dos macacos é mais comum em partes remotas da África Central e Ocidental - e não tende a se espalhar facilmente entre as pessoas.

A doença geralmente é leve e a maioria das pessoas infectadas se recupera em algumas semanas.

Embora não haja vacina específica para a varíola dos macacos, vários países informaram que estão estocando doses contra a varíola "comum". Como os vírus que causam as duas doenças são bastante semelhantes, o imunizante tem eficácia de cerca de 85% na prevenção da infecção.

Ainda não está claro por que os surtos estão acontecendo agora.

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Uma possibilidade é que o vírus tenha mudado de alguma forma, embora atualmente haja poucas evidências que indiquem a existência de uma nova variante.

Outra explicação possível é de que o vírus tenha encontrado o lugar certo na hora certa para se disseminar.

Também é possível que a varíola dos macacos se espalhe com mais rapidez do que no passado por conta da diminuição da cobertura vacinal da varíola "comum".

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