Vendas de marca da filha de Donald Trump disparam após eleição do pai

14 mar 2017 - 09h14
(atualizado às 11h09)

Ivanka Trump tem motivos para sorrir. Não apenas é vista como uma assessora influente de seu pai, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como também está vendo florescer a sua marca de moda.

Rede online de roupas disse que vendas dos produtos Ivanka Trump aumentaram 346% em fevereiro na comparação com janeiro e 557% na comparação com a média do ano passado
Rede online de roupas disse que vendas dos produtos Ivanka Trump aumentaram 346% em fevereiro na comparação com janeiro e 557% na comparação com a média do ano passado
Foto: Getty Images

Há poucas semanas, a marca ganhou grande destaque na imprensa global após um tuíte de seu pai reclamando de uma rede de lojas que tinha desistido de vender seus produtos alegando pouca procura.

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Sem mencionar cifras, Abigail Klem, coordenadora da marca, comentou recentemente à revista de moda Refinery29 que "as últimas semanas foram as melhores" da história da empresa.

E os números confirmaram sua declaração. A rede online de roupas Lyst informou que as vendas dos produtos Ivanka Trump aumentaram 346% em fevereiro na comparação com janeiro e 557% na comparação com a média do ano passado.

A porta-voz da Lyst nos Estados Unidos, Sarah Tanner disse que "ver um aumento desses em um mês é completamente inédito e nos pegou de surpresa".

Outras lojas também apontam tendências semelhantes. Na Amazon, as vendas em fevereiro subiram 332% comparados ao mesmo período do ano anterior. Na rede de lojas de departamentos Macy's, o acréscimo foi de 148%.

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Klem acredita que as polêmicas ligadas ao presidente acabaram ajudando a empresa. As campanhas de boicote de grupos de oposição e as acusações de falta de ética feitas a funcionários da Casa Branca por terem promovido a marca não impediram seu sucesso.

Trajetória

Brenna Cammeron, correspondente da BBC News em Nova York, diz que Ivanka Trump, de 35 anos, está acostumada a estar no centro das atenções do público.

"Durante a adolescência, trabalhou como modelo; adulta, tornou-se uma bem-sucedida empresária cujo império abarca moda, mídia e autoajuda. Atribuem a ela um valor líquido de US$ 150 milhões", acrescenta.

Além de vender roupas, sapatos, joias, bolsa e perfumes de sua marca, Ivanka escreveu livros de autoajuda e participou do programa O Aprendiz, apresentado por seu pai.

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Com a chegada de Trump à Presidência, Ivanka e seu marido, Jared Kushner, se tornaram protagonistas nos bastidores políticos de Washington - o mesmo mundo que Donald Trump prometeu "drenar" como se fosse um pântano.

Kushner é visto como um poderoso assessor para temas de relações internacionais.

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Ivanka é apresentada como um fator "moderador" no círculo de Trump, com voz em temas como política social - ela teria, por exemplo, levado-o a apoiar reformas que ajudassem mulheres trabalhadoras no país.

Temia-se que a figura polêmica do pai pudesse afetar negativamente as vendas da marca Ivanka Trump
Foto: Getty Images

E, de certa forma, a filha do presidente vem cumprindo o papel que às vezes é atribuído às primeiras-damas, como participar de reuniões sociais com autoridades estrangeiras.

Ou seja, ela está mais perto do presidente do que qualquer outra pessoa. E ninguém duvida de sua influência política.

Mas muitos acreditavam que isto colocaria em xeque sua veia comercial.

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O negócio

Ivanka se mudou para Washington no início do mandato do pai, deixando de lado a condução de seus negócios em Nova York.

Pouco depois de Trump assumir a Presidência, várias empresas de roupas, como a rede de lojas Nordstrom, anunciaram que retirariam de seus mostradores os produtos de Ivanka, argumentando baixas vendas.

Mas muitos ligavam a decisão dessas lojas a polêmicas ligadas à figura de Trump, o pai.

Após a decisão da Nordstrom, há cerca de dois meses, Trump reclamou no Twitter: "Minha filha Ivanka está sendo tratada tão injustamente pela @Nordstrom. Ela é uma ótima pessoa - sempre me levando para o lado certo! Terrível!".

Ivanka Trump exerce importante influencia política em Washington.
Foto: Getty Images

Logo em seguida, a assessora da Presidência, Kellyanne Conway, fez coro à declaração de Trump. Durante uma entrevista à rede de TV americana Fox News, Conway comentou que usava peças da marca e recomendou que telespectadores as comprassem.

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Diversas organizações disseram ser inapropriada a intervenção de Conway em favor dos negócios da filha do presidente - e que seria pouco ético o presidente do país reclamar publicamente de uma empresa por ter desistido de vender roupas de sua filha.

Mas parece que toda essa discussão acabou funcionando como uma publicidade de peso.

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