A Venezuela anunciou o rompimento das relações diplomáticas com o Peru em resposta ao reconhecimento do opositor Edmundo González Urrutia como "presidente eleito" pelo governo peruano. A decisão do Peru foi considerada uma afronta pelo governo venezuelano, que vê o reconhecimento como uma violação da sua soberania e um desrespeito ao 'resultado oficial' das eleições no país.
O chanceler venezuelano, Yván Gil, expressou sua indignação por meio de uma mensagem publicada no X (anteriormente conhecido como Twitter). Ele declarou que a decisão foi motivada pelas "declarações imprudentes" do chanceler peruano, que, segundo Gil, desconsideraram a vontade do povo venezuelano e a Constituição do país.
#Anuncio El Gobierno de la República Bolivariana de Venezuela ha decidido romper relaciones diplomáticas con la República del Perú, sobre la base del Artículo 45 de la Convención de Viena sobre Relaciones Diplomáticas de 1961.
Nos vemos obligados a tomar esta decisión luego de…
— Yvan Gil (@yvangil) July 31, 2024
O Ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González-Olaechea, havia anunciado que seu governo reconhecia González como "o legítimo presidente eleito da Venezuela" e sustentou que Maduro é "uma pessoa que deseja perpetuar-se no poder através da ditadura".
Após o anúncio de rompimento por parte da Venezuela, a presidência peruana afirmou nas suas redes sociais que a decisão do governo Maduro foi tomada devido à "impossibilidade de demonstrar de forma confiável a vitória eleitoral que lhe é atribuída, exibindo todas as atas com verificação internacional solicitadas por países e múltiplas organizações internacionais".
No domingo, dia 29, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor com 51% dos votos, enquanto González obteve 44%. No entanto, o CNE não divulgou as atas que poderiam confirmar esses resultados. Desde então, a oposição recolhe as atas recebidas por seus fiscais nas seções eleitorais onde tiveram acesso. /AP e AFP.